Chick Corea regressa ao CCB

O pianista Chick Corea regressa no sábado ao Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, para um concerto a solo integrado na digressão mundial de 2014 do músico norte-americano.

Nomeado para 61 Grammys e vencedor de 20, o pianista nascido no Massachusetts, há 72 anos, regressa à sala que se encheu de público, em 2007, para o aplaudir de pé, durante largos minutos, como recorda uma nota à imprensa do CCB.

"A espécie humana precisa de ser estimulada, não consegue viver sem isso", sem estímulos, diz Chico Corea, numa larga citação recuperada pelo CCB. Caso contrário, "perder-nos-íamos, tornar-nos-íamos robôs", afirma o pianista sobre a sua própria actividade. "É assim que vejo a nossa profissão [de músico, criador]. De certa forma, temos de relembrar às pessoas a natureza criativa que todos temos. Não só os artistas".

Chick Corea, pianista e compositor, surge entre os precursores do jazz de fusão, desde o final dos anos 1960, quando sucedeu a Herbie Hancock, nos agrupamentos do trompetista Miles Davis, onde trabalhou com músicos como Dave Holland e Jack DeJohnette, cruzando "free jazz", improvisação e elementos vindos do "rock'n'roll".

Ao longo de meio século, Chick Corea explorou sempre distintas áreas musicais e as suas zonas de fronteira, e manteve o trabalho com músicos de diferentes expressões. Destaca-se, neste aspecto, o dueto com o pianista austríaco de raiz clássica Friedrich Gulda ou a escolha de peças do compositor húngaro Béla Bartók, para o seu repertório.

Com ascendência espanhola, apelou ao "Concerto de Aranjuez", de Joaquín Rodrigo, para o prelúdio de uma das suas mais conhecidas obras, "Spain", e reuniu influências latino-americanas em "My Spanish Heart".

Na véspera de se apresentar em Lisboa, o compositor de "Windows" atua em Espanha, também no âmbito da digressão a solo, que não fazia há alguns anos.

Em junho, o autor de "Señor Mouse" dará três concertos a solo no Japão e, em julho, outro, na Noruega.

Três concertos nos Estados Unidos — no Stanford Jazz Festival, em Scottsdale e em St. Louis — também fazem a digressão a solo do pianista.

Além das apresentações a solo, a digressão 2014 do compositor de "Armando's Rumba" (Armando Anthony é o nome próprio do músico) integra ainda 15 concertos, em duo, com o vibrafonista Gary Burton na Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Japão e Itália.

Com outro "velho companheiro" das lides do jazz, o guitarrista Stanley Clarke, Chick Corea actuará em países como França, Bélgica, Alemanha ou Espanha, entre outros, onde dará 13 concertos, alguns dos quais em festivais de jazz.

Com a formação Chick Corea & The Vigil, o pianista dará, no total, 33 concertos nos Estados Unidos, Argentina, Chile, Brasil e no México, que o recebe no Festival de Jazz de Riviera Maya, segundo a página oficial do músico.

Lusa/SOL