Seguro falha discussão da censura do PCP e Galamba fala em ‘vergonha’

O líder do PS falhou a discussão da moção de censura apresentada pelo PCP ao Governo. António José Seguro, que considera esta moção um “frete ao Governo”, optou por estar ausente o debate, ausência esta que “tem um sentido político”. 

Seguro falha discussão da censura do PCP e Galamba fala em ‘vergonha’

António José Seguro irá, ainda assim, participar na votação no final do debate, votação esta que não terá grande surpresa: a censura dos comunistas ao Executivo de Passos Coelho será chumbada com os votos contra das bancadas do PSD e do CDS. 

A decisão do líder do PS não caiu bem junto de alguns deputados da bancada socialista. João Galamba usou a sua conta no Twitter para dizer que "a ausência de Seguro no debate da Moção de Censura do PCP é uma vergonha. A justificação – trata-se de um protesto formal – é ainda pior".

Na abertura do debate, Passos Coelho amarrou os socialistas, que anunciaram que vão votar a favor da moção ao lado do PCP, Verdes e Bloco de Esquerda, às políticas do Governo, na medida em que é um dos subscritores do Tratado Orçamental. 

"O mesmo partido [PS] que ratificou o Tratado Orçamental neste Parlamento, e nesta Legislatura, não pode suportar um apelo explícito à saída do euro, que significaria que além de qualquer dúvida a saída União Europeia", afirmou o primeiro-ministro, numa referência ao texto da moção apresentada pelos comunistas que defendem a saída do euro. 

"Se o fizer [o PS] será responsabilizado pelo país por uma incoerência política grave e irremediável. Sobre site ponto, não há retórica, nem contorcionistas que permitam segundas leituras", acrescentou o chefe do Governo na abertura do debate da moção de censura. 

Para Jerónimo de Sousa, líder dos comunistas, a moção "traduz o sentimento popular de rejeição da política de direita e do Governo que a executa e corresponde à exigência de uma política patriótica de esquerda". Entre outras reivindicações, os comunistas pedem a saída do euro e apontam para a necessidade de rasgar o Tratado Orçamental. 

ricardo.rego@sol.pt