As conversas informais decorreram entre a fotografia oficial dos líderes dos países que há 70 anos se uniram contra o regime nazi de Adolf Hitler e a refeição oferecida pelo Presidente francês, conta a BBC. Depois, cada gabinete de comunicação divulgou as suas conclusões: “Putin e Porochenko apelaram ao fim imediato da violência no Sul e Este da Ucrânia e das actividades militares dos dois países”, informou o Kremlin, adiantando que “confirmou-se não haver alternativa a uma solução política e pacífica”; do Eliseu chegou a notícia de que “os detalhes de um cessar-fogo serão debatidos nos próximos dias” e que entre as medidas hoje discutidas esteve a “forma como Moscovo vai reconhecer a eleição de Porochenko”.
Também os assessores de Barack Obama confirmaram a existência de uma “conversa informal” de 15 minutos, a primeira entre os líderes de Rússia e Estados Unidos desde o início dos protestos em Kiev que viriam a derrubar o Presidente pró-russo Viktor Ianukovich.
O diálogo entre todas as partes envolvidas no conflito dá-se após uma semana em que a crise se intensificou no Leste da Ucrânia. Depois de os rebeldes separatistas terem assumido o controlo de três bases militares na região, o exército ucraniano iniciou hoje uma espécie de cerco à cidade de Slaviansk, um dos bastiões dos rebeldes, a par de Donetsk. Depois de dias com mortes confirmadas entre separatistas, militares e civis “Slaviansk vive hoje em calma aparente, embora haja a sensação de a erupção se pode dar a qualquer momento, com exército e separatistas separados por menos de um quilómetro”, escreveu hoje o correspondente da CNN.
Gás com reuniões agendadas
Noutra frente do conflito, o embaixador russo na União Europeia, Vladimir Chizov, anunciou que na próxima semana se realizarão encontros trilaterais entre a UE, Rússia e Ucrânia sobre a venda de gás russo a Kiev. “Uma reunião de técnicos peritos decorrerá em Bruxelas a 12 de Maio”, adiantou Chizov. O responsável disse ainda que a reunião política “será muito provavelmente a 16 de Maio, entre o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, o comissário europeu da Energia, Guenther Oettinger, e o ministro ucraniano Yuriy Prodan”. “Atenas é o local mais provável para estas conversas, pois haverá aí um encontro informal de ministros da Energia europeus”, explicou Chizov.
