Lançada petição contra parque de estacionamento subterrâneo no Príncipe Real

Lançada ontem e já com mais de 1400 assinaturas, a petição online contra a construção do parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Príncipe Real pede a paragem imediata e o arquivamento definitivo de um projecto deste género naquele espaço público. 

“Considerando que não só não é respeitada a protecção associada ao Reservatório da Patriarcal do Príncipe Real, património classificado como Monumento Nacional, como também a segurança e estabilidade de um conjunto de edifícios centenários que bordejam a Praça, pois as alterações associadas à construção do parque são irreversíveis e não previsíveis ou estimáveis”, os autores da petição, do Grupo de Amigos do Príncipe Real (GAPR) pedem às várias entidades competentes que parem a obra, mostrando-se “alarmados pela notícia repentina e inquietante da retoma deste projecto” que esteve previsto em 2000-2001, era então João Soares presidente da Câmara de Lisboa.

“Tal construção inviabilizará toda e qualquer candidatura do Aqueduto das Águas Livres a Património Mundial” e “porá gravemente em risco o coberto vegetal de um Jardim Histórico, onde existem 7 exemplares classificados como de Interesse Público, alguns dos quais centenários e um inscrito nos Guiness”, alertam os cidadãos na petição.

Finalmente, lembra José Calisto, do GAPR, “a criação de um parque subterrâneo não resolve o que quer que seja relativamente ao tráfego automóvel na zona”: “Será convidar as pessoas a trazer o carro para o centro histórico da cidade, pressionando ainda mais uma zona já vulnerável”, explica, pedindo o arquivamento definitivo deste projecto. 
Hoje, confrontado pel’ Os Verdes na reunião da CML, António Costa, reagiu, dizendo considerar “negativo que exista um parque rotativo naquela zona da cidade” mas não afastou a possibilidade de avançar com o projecto. 

O presidente da Câmara explicou ainda que “a autarquia apenas autorizou a realização de sondagens no local, para verificar se esta estrutura não interfere com o espaço do jardim, pelo que só se tomarão decisões quando o processo estiver terminado”. E reconheceu que ‘aquele parque pode ser uma mais-valia porque é uma zona carente de estacionamento para residentes, mas só se se verificar que não existe risco”.

Para a próxima semana, está agendado o lançamento da petição contra este projecto, num encontro no jardim, que contará com vários especialistas. 

sonia.balasteiro@sol.pt