Exame de português do 12º ano tinha questões ‘dúbias’

O exame de Português do 12.º ano, realizado hoje por milhares de alunos, apresentava textos de José Saramago, Padre António Vieira e Lídia Jorge, sendo considerado equilibrado pela Associação de Professores de Português, embora com algumas questões dúbias.

"A prova está na linha das outras que foram feitas, quer do 4.º, quer do 6.º, quer do 9.º ano, embora haja aqui algumas questões que podem ser um bocadinho mais dúbias no que diz respeito ao grupo de escolha múltipla (2.º grupo)", disse à agência Lusa a presidente da associação (APP), Edviges Antunes Ferreira.

As dúvidas, segundo a professora, podem apresentar-se não pela formulação da questão, mas pelas hipóteses de resposta.

"Em duas ou três questões, as respostas não estão verdadeiramente implícitas no texto. O aluno tem de sair um bocadinho, ver um bocadinho para além do texto. É óbvio que alunos do 12.º ano já o façam, mas numa situação de exame não sei se o conseguirão fazer", declarou.

As perguntas, segundo a professora, estão "bem formuladas", as hipóteses de escolha é que podem "suscitar algumas dúvidas", no que diz respeito a um texto de Lídia Jorge sobre Eça de Queiroz.

A prova apresentava um primeiro grupo com três perguntas sobre o "Memorial do Convento", de José Saramago, em que os alunos encontrariam as respostas no próprio texto, referiu.

O exame integrava ainda questões relacionadas com o "Sermão de Santo António aos Peixes", de Padre António Vieira, consideradas "muito claras" pela APP.

Por fim, pedia-se aos alunos que falassem sobre a ambição.

"A prova continua equilibrada e objectiva. Estou convencida que vai levar-nos também a um aumento da média, como já aconteceu no 4.º ano, no 6.º e penso que acontecerá também no 9.º ano", indicou.

O exame nacional de Português do 12.º ano, o mais concorrido da primeira fase da época de exames do ensino secundário, deverá ter levado hoje cerca de 74.300 alunos às escolas para prestar provas à disciplina, segundo os dados anteriormente disponibilizados pelo Ministério da Educação.

Lusa/SOL