Cavaco Silva diz que ‘decisões dos tribunais são para serem cumpridas’

O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje, no Porto, que “as decisões dos tribunais são para serem cumpridas”, esperando que o governo cumpra a determinação do Tribunal Constitucional sobre os cortes salariais na função pública.

Cavaco Silva diz que ‘decisões dos tribunais são para serem cumpridas’

"Não tenho informação da parte do Governo de que haja qualquer intenção de não cumprir a decisão do Tribunal Constitucional", disse o chefe do Estado. 

Cavaco Silva falava esta manhã à margem da cerimónia de inauguração do edifício central do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), que aloja 106 centros de inovação e projectos empresariais, e 876 pessoas.

Enquanto Presidente da República, Cavaco disse ter o dever de "respeitar o princípio da separação de poderes e nunca comentar as decisões dos tribunais".

Sobre o pedido do primeiro-ministro para que envie ao TC para fiscalização preventiva novas medidas para atingir as metas orçamentais do país, o Chefe de Estado lembrou que ele próprio, enquanto primeiro-ministro, pediu ao Presidente da República de então o mesmo.

"Isso foi algo que eu próprio fiz. Solicitei ao presidente de então que, para evitar duvidas, enviasse um certo diploma para o TC", frisou, sublinhando aguardar agora que o Governo lhe envie o diploma em questão "para tomar a decisão definitiva".

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta semana ser "do interesse de todos" que o TC faça a fiscalização preventiva de novas medidas para atingir as metas orçamentais do país.

"Quanto à questão da fiscalização preventiva, creio que é do interesse de todos que ela possa ocorrer. Essa é uma questão que deverá ser ponderada, evidentemente, pelo Presidente da República na altura própria", disse Passos Coelho em Albufeira, à margem do segundo dia de trabalhos das "jornadas de estudo" do Partido Popular Europeu (PPE) em Portugal.

Na ocasião, o governante reconheceu ter manifestado ao Presidente da República a sua visão, como chefe do Governo, de que "esta poderia ser a solução que maior estabilidade e previsibilidade poderia dar ao país".

Lusa/SOL