Petição pela Manutenção dos Partos na Água no Hospital de Setúbal

Uma petição pública para a manutenção dos partos na água no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, o único do país onde é possível este tipo de nascimento, foi ontem lançada na internet. 

 Na petição, feita por um grupo de mães cujos filhos nasceram dentro de água, exige-se não só que este parto possa continuar a ser feito naquela unidade, mas que esta opção seja alargada a outros hospitais públicos do país. 

Este hospital realiza anualmente cerca de 130 partos na água. Mas ao método é polémico e tem gerado divisões dentro da classe médica. Esta semana, foi conhecido um parecer da Ordem dos Médicos, onde se declara que este tipo de parto não traz benefícios para o bebé, gerando preocupação devido aos riscos de “dano grave”. O parecer é a resposta da Ordem a um pedido feito por um obstetra do Hospital de Setúbal contra os partos na água e sublinha a falta de base científica e de ensaios clínicos que assegurem a segurança e benefícios do parto subaquático.

O Hospital contudo defende a manutenção deste método natural. E as mulheres que ali viram nascer os filhos querem que o Parlamento discuta esta matéria. “Como mães d'agua, não poderíamos deixar de lutar pela manutenção desse serviço, para quem quiser e puder usufruir dele. Sendo este o único hospital público onde é possível ter um parto na água, temos de o defender, como ponto de partida para a extensão a outros hospitais, tal como acontece em tantos outros países”, esclarece Renata Ribas uma das promotoras.

joana.f.costa@sol.pt