O Mundial já tem heróis

Desafiado por um colega de selecção que exibiu no Twitter o seu cromo na caderneta do Mundial, Joel Campbell aderiu à febre. Aventurou-se numa livraria e comprou uma caixa de cromos. O resultado não foi o esperado.

O Mundial já tem heróis

“100 saquetas e ainda não encontrei o meu”, twittou em resposta à provocação de Álvaro Saborío, o seu parceiro na frente de ataque da Costa Rica. 

Apontado como uma das promessas a seguir no Brasil, o avançado do Arsenal (emprestado na última época aos gregos do Olympiacos) superou o trauma de não ter encontrado o seu cromo para liderar a equipa costa-riquenha na reviravolta frente ao Uruguai (3-1). 

Com apenas 21 anos, Campbell não se inibiu frente a estrelas como Diego Forlán ou Edinson Cavani e esteve endiabrado, com um golo e uma assistência. Acabou por ficar com o prémio de melhor jogador em campo. 
Este jovem religioso que, segundo a mãe, lê o salmo 27 antes de cada jogo, voltou a recorrer ao Twitter, mas desta vez para proclamar a sua fé: “MVP, graças a Deus”.

Guillermo Ochoa é outra das figuras deste Mundial. O guarda-redes mexicano revelou-se uma muralha intransponível frente ao Brasil e deixou o relvado debaixo de um coro de aplausos. 

“Sem dúvida que foi o jogo da minha vida”, defendeu o guardião de 29 anos, que se encontra desempregado depois de ter passado os útlimos três anos nos franceses do Ajaccio.

A portentosa exibição abriu-lhe as portas do reconhecimento e rapidamente se tornou num herói das redes sociais. “Vou para a festa em modo Ochoa: Pego todas!” ou “Ochoa provavelmente até salva casamentos” são dois exemplos das piadas que correm no Twitter. Na Wikipédia foi 'baptizado' de “Jesus mexicano”.

Não foi o único a tocar o impossível. No primeiro golo à Espanha, o avançado holandês Van Persie vestiu a capa de super-homem e, num voo incrível à entrada da área, fez um 'chapéu' perfeito a Iker Casillas.

Os holandeses ficaram deliciados. Tanto que criaram um movimento, a “Persiemania”. As redes sociais foram inundadas de imagens com adeptos a imitarem o voo de Persie, transformando a 'acrobacia' na moda do momento. 

Nem o avô do jogador, com 93 anos, resistiu à tendência, homenageando o neto com uma foto onde aparece deitado no chão, de braços abertos, já a festejar o cabeceamento imaginário. Não é caso para menos, segundo Van Persie: “Foi o golo mais bonito da minha carreira”.

hugo.alegre@sol.pt