Pais querem calendário escolar independente dos feriados religiosos

A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) vai hoje à Assembleia da República defender uma alteração ao calendário escolar que permita que os três períodos lectivos tenham uma duração mais equilibrada e proporcional. Para isso, propõem a definição de um calendário que não esteja dependente dos feriados religiosos.

Em causa está o período das férias da Páscoa, explicou ao SOL Isabel Gregório, presidente da CNIPE, lembrando que este depende de um feriado móvel, e que torna o terceiro período muito curto quando o domingo de Páscoa ocorre já no final de Abril. “Foi o que aconteceu este ano, em que o terceiro período foi tão curto que serviu apenas para entregar trabalhos, fazer testes e mais testes”, afirma a representante desta confederação de pais. 

A proposta da CNIPE vai, assim, no sentido de acabar com as duas semanas das férias da Páscoa, limitando esta interrupção ao período da semana Santa (quinta, sexta-feira santa e segunda, em algumas zonas do País onde há festividades), e criando outra pausa lectiva. Esta interrupção adicional marcaria o fim do segundo período que ocorreria, assim, mais cedo. 

Os pais propõem ainda que os exames do 9º ano sejam todos feitos fora da componente lectiva, ou seja, depois de as aulas terminarem, para evitar impactos e interrupções nas escolas. Isabel Gregório recorda que este ano, os exames do 4º e do 6º ano (bem como o exame de Inglês feito pela Universidade de Cambridge) levaram a grandes perturbações nas escolas, pois implicaram a deslocação dos alunos do ensino básico para as sedes do agrupamento, onde não houve aulas e milhares de estudantes tiveram de ficar em casa. A Confederação de Pais sublinha o transtorno que estas interrupções causam na vida das famílias, que ficam sem saber onde deixar os filhos mais pequenos. 

A realização de todos os exames depois de terminar o período lectivo, já em Junho, seria uma forma de libertar o terceiro período para “que os professores possam dar matéria”.

A CNIPE sublinha que o documento que vai levar à oitava comissão parlamentar é só uma proposta e que “está aberta a qualquer outra sugestão que permita que os tempos lectivos sejam mais equilibrados e proporcionais”.

rita.carvalho@sol.pt