Em comunicado, a CT considera “inadmissível que tal possa sequer ser ponderado”, lembrando ser “absolutamente incoerente a contratação de jornalistas ou de quaisquer outros profissionais a “recibo verde”“ depois dos programas de rescisão levados a cabo por se afirmar haver excesso de trabalhadores na empresa.
A Comissão de Trabalhadores diz-se preocupada ainda com as consequências que a precarização dos postos de trabalho pode vir a ter na qualidade da informação prestada pela estação de serviço público.
“A informação que a RTP faz chegar a toda a população portuguesa não pode estar sujeita a critérios jornalísticos que passam a ser duvidosos se ficarem afectados pelo cutelo que está permanentemente no pescoço de qualquer trabalhador que não faz a vontade às chefias”, lê-se numa nota enviada às redacções.
“Se a RTP quer ser referência no jornalismo rigoroso e não sujeito a pressões ilegítimas, então está a seguir o caminho errado”, acusam os trabalhadores da empresa que temem que se abra caminho ao outsourcing em serviços relacionados com a produção de informação.
“ Esta possibilidade de contratar jornalistas a recibos verdes pode ser o início de um caminho para o outsourcing da informação da RTP”, diz a CT, que vê na “entrega das ferramentas (carros de exteriores e estúdios) a empresas externas” uma forma de “privatizar a RTP em fatias e a destruir sistematicamente o conhecimento e a referência que era a produção da RTP”.