Obama pede milhões de dólares para lidar com vaga de crianças imigrantes

Barack Obama pediu esta terça-feira 3,7 mil milhões de dólares ao Congresso norte-americano para lidar com uma vaga de menores oriundos da América Central que estão a atravessar ilegalmente a fronteira entre os EUA e o México.

Obama pede milhões de dólares para lidar com vaga de crianças imigrantes

Desde Outubro, mais de 50.000 crianças chegaram à fronteira norte-americana. Em muitos casos fogem da violência nos seus países, mas também chegam atraídas pelo sonho de viver nos EUA.

A Casa Branca argumenta que o dinheiro ajudaria a aumentar a detenção, assistência e transporte de crianças que viajam desacompanhadas, fazer crescer a capacidade dos tribunais de imigração para acelerar o repatriamento de adultos que passam a fronteira com crianças, e ampliar os recursos necessários para perseguir judicialmente as redes de contrabando de pessoas.

Outro objectivo é usar estes fundos para aumentar a vigilância na fronteira dos EUA e ajudar os países da América Central no repatriamento dos migrantes que são expulsos dos Estados Unidos.

Obama requereu o dinheiro numa carta dirigida ao presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner. O pedido não incluiu propostas de alterações legislativas neste domínio que a Casa Branca pretende realizar, mas de que o Presidente norte-americano afirma não desistir. Uma das propostas é a de dar ao secretário de Segurança Interna autoridade adicional para acelerar o repatriamento de crianças oriundas de países como a Guatemala, as Honduras ou El Salvador. Obama também pretende aumentar as penas para os ‘passadores’ de migrantes vulneráveis​​, tais como crianças.

O pedido acontece numa altura em que as Nações Unidas estão a fazer pressão para que muitos dos centro-americanos que tentam chegar aos EUA passem a ser considerados refugiados a fugir de conflitos armados. O objectivo desta alteração é tentar que os Estados Unidos e o México passem a aceitar receber dezenas de milhares de pessoas que actualmente são inelegíveis para receber asilo.

Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, presidido por António Guterres, dizem esperar avanços em direcção a um acordo regional na próxima quinta-feira, dia em que representantes dos EUA, México e América Central se vão reunir na Nicarágua. O grupo discutirá a actualização de uma declaração já com 30 anos sobre as obrigações destes países quanto aos refugiados.