Ricciardi quer que a sua demissão do grupo BES tenha “efeitos imediatos”

O presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, quer que a sua demissão do grupo tenha “efeitos imediatos” para que a nova equipa possa entrar em funções, segundo um comunicado divulgado no sábado à noite.

Ricciardi quer que a sua demissão do grupo BES tenha “efeitos imediatos”

No comunicado, José Maria Ricciardi considera "indispensável para reforçar a confiança dos clientes, colaboradores e público em geral que a Comissão Executiva do Banco Espírito Santo (BES) seja, o mais breve possível, substituída pela nova equipa que mereceu o acordo dos accionistas e do Banco de Portugal".

"Para facilitar essa substituição, o pedido de demissão do Banco Espírito Santo que apresentei oportunamente deverá ter efeitos imediatos, não se mantendo o meu mandato até dia 30 de Julho de 2014", lê-se no documento.

O ainda presidente do BESI lembra que o seu pedido de demissão pretendeu "facilitar a missão do Banco de Portugal em encontrar uma solução alternativa global que permitisse encarar o futuro" do grupo.

José Maria Ricciardi nega pertencer a um eventual Conselho Estratégico, afirmando que "quem não tem idoneidade para figurar nos órgãos sociais não pode, nem deve integrar o Conselho Estratégico".

O responsável adianta que só aceitará fazer parte de um Conselho Estratégico "se porventura a todos os outros membros que o integram for reconhecida a aludida idoneidade".

De acordo com uma convocatória da assembleia-geral do banco divulgada na quarta-feira, o presidente do Conselho de Administração ('chairman') do BES, Paulo Mota Pinto, será o presidente do Conselho Estratégico e Ricardo Salgado um dos membros daquele organismo.

O documento propunha ainda aos accionistas a eleição de José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva e Pedro Mosqueira do Amaral como membros do Conselho Estratégico.

Os accionistas do BES vão votar a 31 de Julho a designação do economista Vítor Bento (actual presidente da gestora do Multibanco, SIBS) para presidente executivo e de João Moreira Rato (actual presidente do IGCP, entidade responsável pela emissão e gestão da dívida pública) para administrador financeiro.

Lusa/SOL