Familiares das vítimas do avião da Malaysia Airlines exigem investigação

Com a Holanda em choque, familiares perplexos das 173 vítimas holandesas da queda do avião da Malaysia Airlines, na Ucrânia, exigem uma investigação exaustiva do incidente.

Familiares das vítimas do avião da Malaysia Airlines exigem investigação

O país acordou com bandeiras a voar a meia-haste, enquanto familiares e amigos eram confrontados com a perda de pelo menos 173 passageiros holandeses na queda de avião sobre a Ucrânia, que matou no total 298 pessoas.

"Espero que exista uma investigação exaustiva pelas autoridades sobre o que aconteceu", afirmou à AFP Sander Essers, que perdeu o irmão Peter de 66 anos, a sua cunhada, Jolette, de 60, e os seus dois sobrinhos, Emma, de 20 anos e Valentijn, de 17, na queda.

Essers descreveu o seu irmão, um reformado que tinha trabalhado na indústria das telecomunicações na Holanda, como um "homem que ainda tinha grandes planos".

Também a bordo daquele que se tornou o segundo maior acidente aéreo com holandeses, estava Joep Lange, um proeminente ex-presidente da Sociedade Internacional da SIDA, que tal como outros 100 passageiros viajava para Melbourne para participar na 20ª Conferência Internacional sobre a SIDA, segundo a comunicação social.

Muitos outros ficaram chocados com notícia de que o avião da Malaysia Airlines em que seguiam os seus familiares e amigos tinha caído apenas quatro meses após um voo da mesma companhia ter desaparecido sobre o oceano Indico com 239 pessoas a bordo.

A queda resultou na segunda maior perda de vidas holandesas num desastre de avião, atrás de uma colisão entre dois Boeing 747 sobre a ilha de Tenerife, nas Canárias, em 1977 resultando na morte de 238 cidadãos holandeses.

Em 2010 um Airbus A330 despenhou-se em Tripoli, a capital da Líbia, matando 103 pessoas, incluindo 70 cidadãos holandeses.

O único sobrevivente desse desastre foi um rapaz holandês de 9 anos.

O avião da Malaysia Airlines, com 298 pessoas a bordo, fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur, tendo desaparecido dos radares da Ucrânia a uma altitude de 10.000 metros.

O "Boeing-777" perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes pró-russos.

Os serviços secretos norte-americanos disseram "acreditar fortemente" que o avião foi abatido por um míssil terra-ar, de origem ainda desconhecida.

Lusa/SOL