Jerónimo de Sousa não percebe diferença entre Seguro e Costa

Jerónimo Sousa afirmou hoje ainda não ter percebido a diferença entre os dois candidatos à liderança socialista, sendo preciso saber se se querem entender com o PSD e CDS ou rasgar a política de direita.

Jerónimo de Sousa não percebe diferença entre Seguro e Costa

O secretário-geral do PCP falava numa festa convívio dos comunistas em Eixo, Aveiro, em que afirmou que "aos partidos da troika, com a pesada derrota nas eleições europeias, já não lhes chega a alternância e querem agora ficar os três juntos".

"Importa saber o que o PS responde", disse Jerónimo Sousa, que aludiu aos "problemas internos" socialistas, considerando que a disputa pela liderança entre o actual secretário-geral, António José Seguro, e António Costa, começou mal, com a ideia de que se vai escolher o primeiro ministro, porque essa escolha depende das eleições legislativas.

O líder do PCP lembrou que também os socialistas subscreveram o Tratado Orçamental para prosseguir a austeridade, pelo que a questão central é o reforço da CDU, porque não contam com o partido para "o consenso do pântano" e "com o PCP não resulta atribuir uns lugarzinhos".

"A 'troika' foi embora, mas deixou cá a sua política e dizem que estamos a recuperar mas o mesmo governo que diz estar o país a sair da crise, tenta liquidar o direito à contratação colectiva, aumenta impostos e continua a privatizar sectores rentáveis do Estado", disse.

Referindo-se à anunciada privatização dos transportes colectivos do Porto (STCP e Metro do Porto), Jerónimo Sousa considerou um escândalo que o Estado tenha investido 480 milhões de euros e o governo esteja a preparar "uma nova parceria público-privada (PPP) para entregar a empresa limpa ao capital".

Nas críticas ao governo, o líder do PCP criticou o fecho de tribunais e escolas e aproveitou para falar do exame aos professores: "pela calada da noite, três dias antes porque sabia que um pré-aviso de greve teria de ser entregue com cinco dias de antecedência, o governo convocou os professores para a prova de avaliação".

Segundo o líder comunista, Passos Coelho e Nuno Crato tiveram medo, mas "os professores, não podendo fazer greve dia 22, saberão encontrar formas de combater esse ato covarde".

Lusa/SOL