Situação do BES é problema dos accionistas do banco, defende Teixeira dos Santos

“O primeiro grande desafio para as entidades envolvidas [no caso BES] é assegurar aos mercados que se trata de um caso isolado”, defendeu esta quinta-feira, 24 de Julho, Teixeira dos Santos. O ex-ministro de Estado e das Finanças entende que se for “claro que é um caso confinado e que os accionistas actuais acomodam as…

Situação do BES é problema dos accionistas do banco, defende Teixeira dos Santos

O ex-governante, que falava no Porto, durante um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal (ICP), considera que “foi muito importante a intervenção do Banco de Portugal [no BES], ao fazer com que os riscos em torno da instituição bancária fossem limitados” e “evitando o contágio a outras instituições bancárias”.

Num encontro que tinha como tema O Crescimento da Economia Portuguesa, o economista e professor universitário recusou comentar a detenção do ex-presidente executivo do BES Ricardo Salgado, ocorrida esta quinta-feira no âmbito da operação Monte Branco.

“Não vou comentar os eventos de hoje”, respondeu, interpelado por um dos participantes no debate do ICP – à comunicação social, o ex-governante não quis prestar declarações, nem antes nem depois do evento.

“Os problemas que têm vindo a ser discutidos publicamente em torno da situação do BES são relevantes para a economia portuguesa por causa da estabilidade do nosso sistema financeiro”, reafirmou.

O ex-ministro do Governo de José Sócrates defendeu ainda a necessidade de as autoridades competentes “dissiparem” quaisquer dúvidas acerca das consequências da situação do BES nas empresas portuguesas.

“Tivemos uma empresa importante no quadro empresarial português que fez um empréstimo ao BES que é metade do seu valor”, recordou, referindo-se à subscrição que a Portugal Telecom fez de 900 milhões de euros de dívida de curto prazo destinada a financiar empresas do Grupo Espírito Santo (GES).

“Haverá outras situações na economia portuguesa? Acho que temos de dissipar essas dúvidas e reflectir sobre o quadro de regras de gestão das sociedade”, comentou o economista.