Seguro afirma prioridade à criação de emprego e separação entre política e negócios

O secretário-geral do PS reafirmou hoje a prioridade à criação de emprego, numa conversa com cidadãos através da Internet, em que criticou os “disparates” do Governo e prometeu avançar com a separação entre política e negócios. 

Seguro afirma prioridade à criação de emprego e separação entre política e negócios

A partir de Baião, no distrito do Porto, António José Seguro respondeu a perguntas de oito cidadãos durante cerca de hora e meia num ‘web fórum’ através do ‘site’ da candidatura, que também pôde ser visto pelo ‘Youtube’, sobre saúde, emprego, economia e ciência. 

O candidato às eleições primárias socialistas de 28 de Setembro afirmou por várias vezes que "não tem uma varinha mágica" para resolver os problemas, reafirmando a sua prioridade à criação de emprego e à criação de condições para as empresas, melhorando dessa forma a economia.

Em resposta a uma jornalista portuguesa emigrada em S. Paulo, Brasil, há dois anos, que o questionou sobre a emigração de milhares de jovens qualificados, Seguro insistiu que a resposta é a criação de emprego.

"Nós não temos uma poção mágica para criar emprego de um momento para o outro, mas temos propostas para aumentar o emprego e aumentar as oportunidades de trabalho. Se houver pessoas que lhe prometam programas específicos para trazer de volta essas pessoas não estão a ir à resolução do problema", sustentou, afirmando que lutará "com o máximo das forças" para criar emprego em Portugal. 

Em resposta a uma pergunta de Nuno Trigo, de Macau, Seguro disse que "separar a política dos negócios" é uma das suas causas para quebrar a "desilusão e o desencanto" das pessoas com a política, não só por haver "políticos que prometem uma coisa mas fazem outra" mas também pela "promiscuidade entre a vida pública e os negócios". 

"Os negócios são legítimos. Na vida pública e na política devemos adoptar medidas no parlamento para tornar ainda mais clara a separação. A política não pode ser porta giratória em que se está no parlamento e depois se vai para um banco", declarou.

A primeira pergunta partiu do investigador da Universidade do Minho Rui Reis que manifestou apoio a Seguro enquanto "futuro primeiro-ministro" e perguntou qual a estratégia do PS para a ciência em Portugal, considerando que está a ser "arrasada de forma quase propositada" numa política insustentável que terá graves consequências futuras. 

"É um disparate o que este governo tem destruído. O país progrediu nas últimas duas décadas e meia. Houve estabilidade no investimento em ciência e agora uma diminuição brusca de apoios porque o governo considera a ciência como despesa e não investimento, e este é o principal disparate", disse Seguro.

O secretário-geral do PS disse "reafirmar o compromisso com o investimento permanente" na ciência, visando a criação de conhecimento, investigação e inovação. 

Associar a limpeza das florestas numa estratégia de prevenção de fogos florestais ao aproveitamento dos recursos que daí surjam, a recusa de uma estratégia para a política de saúde que veja o sector como "uma folha de ‘excell’ e uma escola pública que possibilite que "o filho do rico e o filho do pobre estudem na mesma escola e tenham a mesma qualidade de ensino" foram outras prioridades assumidas por António José Seguro. 

Na saúde, o secretário-geral socialista defendeu a criação de "núcleos de apoio médico" ao serviço das comunidades que dêem resposta às populações, em particular os mais velhos, evitando que tenham que se deslocar aos hospitais sem necessidade. 

Lusa/SOL