Moody’ confirma perspectivas de evolução de bancos portugueses

A Moody’s confirmou hoje os ‘ratings’ da dívida e depósitos de seis bancos portugueses e manteve as perspectivas de evolução “negativas” para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI, Montepio e Banif, e “estável” para o Santander Totta.

A agência de notação financeira acrescenta que mantém os 'ratings' da dívida de longo prazo e dos depósitos do BES sob vigilância para uma possível revisão em baixa, enquanto o 'rating' da dívida do BES com garantia do Estado subiu de Ba2 para Ba1 e merece uma perspectiva de evolução ('outlook') "estável".

A Moody's justifica estes 'ratings' com a revisão em alta dos 'ratings' da dívida pública portuguesa de Ba2 para Ba1, associada a uma perspectiva estável, na semana passada.

Os 'ratings' da dívida e depósitos da CGD mantiveram-se em Ba3/Not Prime, do BCP em B1/Not-Prime, do BPI Ba3/ Not-Prime, do Santander Totta em Ba1/ Not-Prime, do Montepio em B2/ Not-Prime e do Banif (Banco Internacional do Funchal) em Caa1/ Not-Prime.

Segundo a Moody's, a possibilidade de apoio do Estado a cada banco permanece inalterada, mas as perspectivas negativas para a dívida de longo prazo e depósitos da CGD, do BCP, do BPI, do Montepio e do Banif reflectem a probabilidade de que o actual apoio sistémico possa ser reduzido no contexto de implementação da Directiva de Recuperação e Resolução dos Bancos.

Quanto ao BES, a possível revisão em baixa deve-se às incertezas em torno da extensão dos problemas financeiros e impacto da 'holding' ESFG e outras empresas do Grupo Espírito Santo sobre o BES, bem como os riscos em termos de crédito se o banco tiver de apoiar algumas empresas do GES ou se for responsabilizado por algumas das suas obrigações.

A perspectiva estável para o Santader Totta baseia-se no 'rating' autónomo da solidez financeira do banco.

Já no que diz respeito aos factores que podem influenciar futuras descidas ou subidas de 'ratings', a Moody's destaca que é "improvável" a subida devido às fragilidades financeiras da banca.

A actual revisão em alta relacionada com o apoio sistémico incorpora também a disponibilidade dos 6,4 mil milhões de euros para a recapitalização da banca, se for necessário mais apoios.

Lusa/SOL