PCP condena escolha de um rosto da ‘troika’

O PCP lamentou hoje a opção do Governo da maioria PSD/CDS-PP de um “rosto da ‘troika'”, Carlos Moedas, para comissário europeu, lembrando o seu passado profissional em bancos de investimento multinacionais.

PCP condena escolha de um rosto da ‘troika’

"Não deixa de se registar que a escolha tenha recaído num dos principais rostos da política da ‘troika', responsável pela destruição das condições de vida dos portugueses, do saque aos rendimentos de trabalhadores e reformados e o afundamento económico do país", declarou o eurodeputado João Ferreira, na sede comunista de Lisboa.

Moedas, actual secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, foi anunciado como o nome escolhido por Passos Coelho para representar Portugal na Comissão Europeia, integrando a equipa do sucessor de Durão Barroso, o luxemburguês Jean Claude Juncker.

Segundo Ferreira, a eleição de portugueses para aquela instituição, "não tem correspondido a qualquer defesa dos interesses do povo português e do direito do país ao desenvolvimento soberano", apontando o exemplo dos "últimos 10 anos, a presidência da comissão europeia de Durão Barroso, por duas vezes apoiado por PSD e PS, como sucedeu agora com Juncker".

"O que se espera da intervenção do agora designado comissário é o alinhamento com os interesses do capital transnacional, de onde aliás saiu para exercer funções governativas, dando continuidade à postura de submissão ao directório de potências que, com a Alemanha à cabeça, comanda o processo de integração capitalista europeu", concluiu o também vereador da Câmara Municipal de Lisboa.

Moedas foi um dos protagonistas nas negociações com os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia, depois de ter colaborado com o banco de investimento Goldman Sachs, grupo Suez, em França, ou do Eurohypo Investment Bank, além da consultora imobiliária Aguirre Newman, entre outros.

Lusa/SOL