Risco de transmissão do ébola nos aviões é reduzido

A OMS considera reduzido o risco de transmissão do vírus do ébola nos aviões e aconselha a não-restrição de viagens áreas, embora alguns países tenham reforçado medidas de segurança aeroportuária por temer contaminação nestes transportes.

Risco de transmissão do ébola nos aviões é reduzido

Recentemente, as autoridades de aviação da Nigéria, um dos quatro países atingidos pela febre hemorrágica causada pelo vírus ébola, à semelhança da Libéria, Guiné-Conacri, e Serra Leoa, iniciaram o controlo dos passageiros provenientes dos países africanos.

Igualmente, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) exortou aos cidadãos norte-americanos a evitarem "viagens não essenciais" para aqueles países africanos, enquanto a Austrália instruiu funcionários alfandegários para dar assistência a eventuais doentes que passem pelos aeroportos australianos.

As medidas são motivadas, em parte, pela rápida disseminação da doença que já matou, desde Março, 729 pessoas e afectou mais de 1.323 naqueles países de África, causando 57 óbitos em apenas quatro dias, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Num artigo publicado na sua página, a OMS garante que "não há nenhuma razão para parar o transporte aéreo" devido ao surto do ébola, porque a doença é transmitida através do contacto directo com sangue, fluídos corporais ou tecidos.

Apesar das crenças, acrescenta aquela agência das Nações Unidas, o risco de contaminação é baixo porque "os aviões não são placas de Petri", o recipiente cilíndrico, achatado, de vidro ou plástico que os profissionais de laboratórios utilizam para a cultura de micróbios.

A OMS considera que, dentro de um avião, as pessoas não contraem doenças como acontece numa sala de cinema, porque "o ar das aeronaves é muito mais fresco do que se pode pensar e está constantemente limpo por meio de filtros de alta qualidade".

"Em condições normais as cabines dos aviões são mais limpas do que o ar da maioria dos edifícios", assegura a OMS.

Num artigo publicado na revista especializada em aviação, a Cockpit Confidential, um piloto britânico Patrick Smith, afirmou que "os filtros de partículas de ar de alta qualidade, instalados nos aviões comerciais produzidos na década de 1980, removem até 99,97 por cento de todos os micróbios e há uma mudança total do ar a cada dois ou três minutos".

Segundo Patrick Smith, o maior risco de se contaminar ocorre quando se está o avião ainda está pousado na pista, quando os motores não estão a funciona e o ar tão fresco não está ser puxado para dentro dos filtros.

É por isso que a OMS recomenda companhias aéreas a garantirem a ventilação adequada na cabine quando os voos levam 30 minutos ou mais para aterrar, escreve o piloto.

Lusa/SOL