A poesia do real no Doclisboa

Um movimento e um autor estão no centro das duas retrospectivas da 12.ª edição do Doclisboa, o festival internacional de cinema documental que irá decorrer em Lisboa e Almada entre os dias 16 e 26 de Outubro e que vê este ano serem acrescentadas duas salas ao seu circuito. 

Com a retrospectiva 'Neo-realismo e Novos Realismos' pretende-se uma viagem que coloca em diálogo o neo-realismo italiano e as novas vagas do realismo contemporâneo: “uma assimilação de códigos, geografias e políticas diferentes”, dando a conhecer filmes de países como o Irão, a Roménia e as Filipinas. 'L'Amore in Città', uma curiosa antologia de seis filmes realizados por Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Carlo Lizzani, Dino Risi, Alberto Lattuada e Francesco Maselli e Cesare Zavattini, compõe uma das sessões desta retrospectiva temática atenta à ideia de “construções poéticas” nascidas da abertura ao exterior imprevisível e real.

Segundo a direcção do festival, composta por Cíntia Gil e Augusto M. Seabra, que falou aos jornalistas no São Jorge para apresentar as linhas gerais do programa, impunha-se ainda uma retrospectiva dedicada ao realizador holandês Johan van der Keuken. Um nome que consideram “tão marcante” para a história do documentário como Joris Ivens ou Jean Rouch. A ele pertencem filmes como Amsterdam Global Village (1996) ou a trilogia Norte-Sul, constituída por Diary (1972), The White Castle (1973) e The New Ice Age (1974).

A nova edição do festival acrescenta ainda o Cinema Ideal, na Rua do Loreto, e o Cinema City Campo Pequeno ao leque de espaços de exibição habituais: Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, e Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada.