UE: Portugal espera que sucessor na diplomacia atribua ‘relevância maior’ ao Sul

Portugal espera que a próxima pessoa a assumir a liderança da política externa da União Europeia (UE) atribua “uma relevância maior” à “vizinhança sul”, disse o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, sem se referir a candidatos concretos.

UE: Portugal espera que sucessor na diplomacia atribua ‘relevância maior’ ao Sul

"Nós não nos pronunciámos oficialmente sobre isso e não me vou pronunciar agora", respondeu o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, quando questionado pela Lusa, em Milão, onde se encontra a participar na reunião informal de chefes da diplomacia da UE, sobre o perfil que o/a sucessor/a da britânica Catherine Ashton deveria ter.

Os chefes de Estado e de Governo da UE, que hoje vão reunir-se em cimeira extraordinária, em Bruxelas, vão tentar chegar a um acordo sobre a atribuição dos altos cargos ainda em aberto, designadamente sobre a sucessão de Catherine Ashton como alta representante da União Europeia para a política externa e de segurança.

"Espero que a solução seja uma solução que permita que a vizinhança sul tenha uma voz, tenha uma relevância maior", frisou Rui Machete. "De resto, as pessoas vão-se, muitas vezes, descobrir, actuando. Foi o caso da senhora Ashton", sublinhou, sem concretizar.

A nomeação para a liderança da diplomacia europeia é fundamental para que a equipa liderada pelo luxemburguês Jean-Claude Juncker possa entrar em funções, já que aquele responsável assume, simultaneamente, uma das vice-presidências da Comissão Europeia.

Em Julho, os 28 Estados-membros não chegaram a acordo sobre o nome que estava em cima da mesa, o da actual ministra dos Negócios Estrangeiros de Itália, Federica Mogherini, que acolheu a reunião informal de chefes da diplomacia europeia, que hoje terminou em Milão, Itália, país que actualmente preside à UE.

O nome de Federica Mogherini colhe a oposição de alguns países do Leste, que a acusam de ser inexperiente e demasiado "amiga" da Rússia — numa altura em que o conflito entre Moscovo e Kiev, devido à instabilidade no Leste da Ucrânia, domina a política externa da UE.

No entanto, segundo fontes diplomáticas, Federica Mogherini continua a ser uma possibilidade forte para suceder a Ashton, no caso de ser escolhido um político de Leste para presidente do Conselho Europeu (sendo favorito o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk), no âmbito de um jogo de equilíbrios político-partidários, geográficos e de género. 

Lusa/SOL