Seis feridos em protestos na Venezuela

Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, um dos quais a tiro, nos protestos nas últimas horas na Venezuela contra a implementação de um sistema biométrico nos supermercados para controlar as compras de produtos e combater o contrabando.

Seis feridos em protestos na Venezuela

Os protestos tiveram lugar em Táriba, nas proximidades da cidade de San Cristóbal, capital do estado de Táchira, fronteiriço com a Colômbia, onde nos últimos dias ocorreram várias manifestações contra as políticas do Governo da Venezuela.

Segundo a organização não-governamental Foro Penal Venezuelano, cinco cidadãos ficaram feridos em confrontos com agentes de segurança que dispersaram várias vezes os manifestantes com balas de borracha.

Por outro lado, um cidadão foi ferido a tiro no abdómen, mas não há informação se participava ou não directamente nos protestos.

A cidade de San Cristóbal foi a localidade onde em Fevereiro último se iniciaram uma série de protestos contra o Governo venezuelano que, depois, se expandiram a outras cidades e que entre Fevereiro e maio provocaram 43 mortos e centenas de feridos, em várias regiões.

As autoridades venezuelanas anunciaram, no passado dia 19 de Agosto, que vão instalar um sistema de controlo biométrico nos supermercados, públicos e privados, para controlar compras recorrentes do mesmo produto pelo mesmo cliente e combater o contrabando.

O sistema biométrico deverá estar em funcionamento até final de Novembro e consiste na atribuição de um cartão com os dados do cliente, que estará associado às suas impressões digitais e à base de dados de cidadãos do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A sua instalação ocorre num momento em que os venezuelanos se queixam de dificuldades para conseguir muitos produtos no país.

Segundo o Governo venezuelano 40% dos produtos básicos, cujo preço máximo está regulado pelo Estado, é contrabandeado para a vizinha Colômbia, onde os preços são até 10 vezes mais caros que na Venezuela.

Além de alimentos básicos outros produtos são também levados de maneira ilegal para a Colômbia, entre eles milhares de litros de combustível.

A 11 de Agosto, a Venezuela enviou, pelo menos, 17.000 militares para a fronteira com a Colômbia, como uma de várias medidas para combater o contrabando de bens essenciais e de combustível, que gera prejuízos para os dois países.

O envio dos militares aconteceu horas antes de a Venezuela encerrar, pela primeira vez, a fronteira do Estado de Táchira com a Colômbia.

Entretanto a Venezuela proibiu o trânsito, pelo território nacional, de vários alimentos, bens de higiene pessoal, medicamentos, textos escolares, materiais para a construção civil, e produtos acabados, com fins de exportação.

Lusa/SOL