O papel low profile dos avós

Os avós devem educar os netos, ou deixar isso só para os pais?

Tenho visto dois tipos de avós. Os que acham serem os pais os únicos educadores (e, portanto, sentem-se no direito de mimarem e estragarem os netos, contrariando até os pais) e os que querem impor regras a que as crianças não estão habituadas (voltando a contrariar os pais).

Na minha opinião, nenhum dos dois está certo. Os pais são os primeiros educadores, e as suas opiniões têm de prevalecer – até porque isso acaba sempre por acontecer. No entanto, penso que os avós devem ter um papel complementar, sobretudo quando dispõem de mais tempo. 

São os avós que transmitem as memórias da família, e nesse aspecto também os seus grandes valores (nalgumas famílias, talvez não se recomendem…). 

Claro que muitos se sentem intimidados e desmoralizados com  o espírito permissivo dos pais das crianças, que frequentemente são os primeiros a impedir um bom ambiente familiar alargado. 

Mas não será isso também em parte imputável à educação que esses pais tiveram dos seus próprios pais, os ditos avós? 

Não admira, portanto, que alguns avós consigam eliminar qualquer resquício de respeito que os netos possam ter pelos seus pais, com histórias enviesadas como: “O teu pai, aos 20 anos, ainda andava de bicicleta com rodinhas”.

Nestes casos, alguns avós parecem vingar-se dos filhos (ou da permissividade com que os educaram 30 anos antes). É humano, mas não é o mais correcto!