BdP tira poderes ao administrador que geriu caso BES

O Banco de Portugal (BdP) anunciou nesta terça-feira a redistribuição dos pelouros internos da administração. 

BdP tira poderes ao administrador que geriu caso BES

Pedro Duarte Neves, que teve a responsabilidade directa da resolução do BES, perdeu a pasta da supervisão, ficando apenas com a estabilidade financeira. O economista tem estado em polémica com a auditoria KPMG sobre a situação financeira do banco antes do resgate.

As mudanças são justificadas pelo BdP com a entrada de dois novos administradores – Hélder Rosalino e António Varela – que já participaram na reunião de hoje do Conselho de Administração. “De acordo com o procedimento habitual quando há mudanças na Administração, aprovou uma nova distribuição de pelouros”, justifica o banco central.

A atribuição dos pelouros aos membros do Conselho de Administração assenta agora na “separação e rotação das diferentes áreas de supervisão”, com a atribuição da área de estabilidade financeira ao vice-governador Pedro Duarte Neves.

É concretizada uma “autonomização da área de resolução”, que reporta ao vice-governador José Berberan Ramalho, que continua também responsável pelo Fundo de Resolução.

A supervisão prudencial e as questões relativas ao Mecanismo Único de Supervisão são atribuídas ao administrador António Varela e a supervisão comportamental e a acção sancionatória ficam com o administrador João Amaral Tomaz.

Vão ainda ser promovidas “sinergias” nas áreas de estudos e estabilidade financeira, através da atribuição ao vice-governador Pedro Duarte Neves, em complemento com o pelouro da estabilidade financeira, das áreas de estudos económicos e estatísticas.

Os pelouros de recursos humanos, serviços administrativos e sistemas de informação ficam com um único membro do Conselho de Administração, Hélder Rosalino.

O Governador mantém os pelouros relacionados com o governo interno e as relações externas – auditoria interna, gestão do risco e relações internacionais.

joao.madeira@sol.pt