Greve dos pilotos da Lufthansa anulou 110 voos

A companhia aérea alemã Lufthansa cancelou 110 voos europeus e dentro da Alemanha devido à greve dos pilotos no aeroporto de Munique, afectando 13.500 passageiros.

A Lufthansa informou hoje que mantém todos os voos intercontinentais de longo curso, mas prevê que ocorram atrasos.

Os passageiros afectados pelo cancelamento de voos podem trocar as reservas e voar através dos aeroportos de Frankfurt, Zurique, Viena e Bruxelas.

A companhia prevê que, desta forma, cerca de dois mil passageiros consigam chegar ao seu destino.

O sindicato dos pilotos Vereinigung Cockpit convocou hoje os pilotos da Lufthansa para uma greve a realizar na quarta-feira, entre as 10:00 e as 18:00 horas, no aeroporto de Munique, depois da paragem laboral verificada na sexta-feira em Frankfurt.

O director da zona de Munique da Lufthansa, Thomas Kluhr, disse que "esta greve dos pilotos vai causar grandes problemas aos passageiros, especialmente na última semana das férias no Estado de Baviera (cuja capital é Munique), quando se verificam muitas viagens de regresso".

A Lufthansa já reservou ventenas de quartos nos hotéis de Munique e arredores para os passageiros que tenham de passar a noite na cidade e também já dispôs camas no aeroporto para os que não possam sair das suas instalações devido a problemas com visto.

A greve em Frankfurt, o principal aeroporto alemão, já afectou cerca de 25 mil passageiros, ao obrigar a transportadora a cancelar 218 voos durante as seis horas que durou a paralisação.

Em comunicado hoje divulgado, o sindicato afirmou que se vê "forçado" a convocar esta nova greve, porque a empresa não apresentou nenhuma oferta aceitável aos pilotos, que desde Março negoceiam com a direcção da transportadora a reforma do seu direito de reforma antecipada. 

Agora, o aeroporto escolhido foi o de Munique, o segundo mais importante para a empresa, depois do de Frankfurt.

No final de agosto tinha sido a Germanwings, filial de baixo custo da Lufthansa, a ser afectada por uma greve de pilotos, que forçou o cancelamento de 116 voos.

O sindicato reiterou que está disposto a alcançar acordos que evitem as greves e lamentou os transtornos para os passageiros.

O principal ponto de desacordo entre os pilotos e a empresa é a alteração da reforma antecipada, que estava acessível aos 5.400 pilotos da maior transportadora aérea europeia, que é paga pela empresa.

O actual sistema permitia aos comandantes deixar de trabalhar a partir dos 55 anos, recebendo 60% do salário base.

Segundo a Lufthansa, os comandantes entram na reforma antecipada com uma idade média de 59 anos e o seu objectivo é atrasá-la para os 61 anos.

Lusa/SOL