Monitores colmatam falta de professores no início do ano lectivo

A Junta de Freguesia de Alcântara, em Lisboa, vai recorrer a dez monitores para tomar conta de 130 crianças, colmatando a falta de professores até que estes sejam colocados, disse à agência Lusa o presidente da autarquia.

Monitores colmatam falta de professores no início do ano lectivo

Ao todo, faltam colocar 30 dos 90 professores do Agrupamento de Escolas Francisco Arruda (que abrange Alcântara e a Ajuda), 18 dos quais pertencem às duas escolas da freguesia de Alcântara – a Escola Básica do 1.º ciclo Raul Lino e a Escola Básica do 1.º ciclo de Santo Amaro, ambas com jardim-de-infância.

No caso destas escolas primárias, a freguesia de Alcântara teve de contratar dez monitores (oito para a escola Raul Lino e dois para a de Santo Amaro), para que as 130 crianças tivessem onde ficar já a partir de segunda-feira, data em que se inicia o novo ano lectivo 2014/2015, afirmou o presidente da junta.

Davide Amado (PS) explicou que esta medida surgiu devido à "preocupação manifestada pelos pais" e trata-se de "uma solução temporária que visa amenizar" o problema.

Assim, no período máximo de um mês, e até que os docentes sejam colocados, as escolas primárias funcionam entre as 09h00 e as 17h30, enquanto os infantários estão abertos entre as 09h00 e as 15h30, ambos com actividades promovidas pelos monitores, como a leitura, a pintura, o desenho e as actividades na biblioteca, lúdicas e desportivas.

A soma destes contratos pode chegar aos 10 mil euros (caso seja para o mês todo), mas a despesa final dependerá do tempo em que os monitores estiverem a trabalhar.

"O que iria acontecer [na segunda-feira] era que se não houvesse esta resposta, estas crianças tinham de ir para casa", frisou.

Segundo Davide Amado, a passagem de duas auxiliares educativas da câmara para a junta, nomeadamente para a escola Raul Lino, ao abrigo da segunda fase do processo de transferência de recursos humanos, e que iniciam funções na segunda-feira, também vai permitir "completar o rácio necessário para tomar conta das crianças", de dois monitores por sala.

Porém, cerca de 600 alunos que frequentam o 2.º e 3.º ciclos da escola Francisco Arruda não vão ter a mesma possibilidade.

"Se os professores não forem colocados até segunda-feira, isso vai atrasar o ano lectivo", alertou Davide Amado, referindo que, nesse caso, o início das aulas terá de ser adiado para a segunda-feira seguinte, dia 22.

Isto porque estes estudantes têm várias disciplinas e necessitam que todos os docentes estejam colocados, para não terem uma aula e depois não terem mais nenhuma no mesmo dia, exemplificou o autarca.

De acordo com o presidente, a Junta não pode intervir na situação dos alunos do 5.º ano ao 9.º ano, porque apenas tem "técnicos especializados para tomar conta das crianças do primeiro ciclo".

Todos os outros serviços destas escolas estarão operacionais a partir de segunda-feira, como é o caso da Componente de Apoio à Família (CAF), que acolhe as crianças das 07h30 às 09h00, e das 15h00 às 17h30, sendo promovida pela junta, em parceria com a Câmara de Lisboa e com o agrupamento.

Falta só a decisão do Ministério da Educação, lamentou Davide Amado.

Lusa/SOL