Hamas rejeita diálogo directo com Israel

O antigo primeiro-ministro do Hamas em Gaza rejeitou hoje qualquer negociação directa com Israel, dias depois de um responsável do movimento de resistência islâmica não ter descartado esta possibilidade.

O Hamas, que não reconhece o Estado hebreu, sempre recusou negociar directamente com os seus representantes e as últimas conversações para um cessar-fogo em Gaza foram realizadas com a mediação do vizinho Egipto.

Ismaïl Haniyeh afirmou hoje que "não haverá negociações directas com o inimigo sionista", apelando à Autoridade Palestiniana e ao seu presidente, Mahmud Abbas, a "rever a estratégia de negociação".

Já o oficial do Hamas no exílio Mussa Abu Marzuq defendeu que conversações directas com os judeus poderiam ser inevitáveis tendo em conta as negociações previstas no Cairo para consolidar a trégua declarada no mês passado.

Israel, que considera o Hamas como uma organização terrorista, também já rejeitou esta hipótese.

Palestinianos e israelitas devem em breve retomar as negociações indirectas no Cairo para manter o cessar-fogo que entrou em vigor no final de Agosto na faixa de Gaza.

Estas discussões devem abordar as questões mais difíceis que ficaram por resolver após 50 dias de uma guerra extremamente sangrenta, incluindo a desmilitarização do Hamas, reivindicada por Israel para dar a luz verde para a reconstrução do enclave devastado.

Sobre esta proposta, Haniyeh, um dos mais elevados responsáveis do Hamas na faixa de Gaza, afirmou que "as armas da resistência são uma linha vermelha".

"Não podemos considerá-las como uma moeda de troca para a reconstrução, as armas da resistência são legítimas e continuarão a sê-lo até à libertação da Palestina", defendeu, num discurso público em Gaza.

Lusa/SOL