Seguro considera ‘absurdo’ comentário de Costa sobre redução de deputados

O secretário-geral do PS considerou hoje “um absurdo” a crítica de António Costa à sua proposta de redução do número de deputados, garantindo que os pequenos partidos ficam mais bem protegidos relativamente ao princípio da proporcionalidade.

Seguro considera ‘absurdo’ comentário de Costa sobre redução de deputados

Depois da apresentação da proposta de revisão da lei eleitoral feita esta manhã por António José Seguro – que defende, entre outras questões, a passagem de 230 para 181 deputados – o seu opositor na corrida às primárias do PS, António Costa, considerou que esta redução seria uma "declaração de guerra" aos partidos mais à esquerda e um "favor ao PSD".

"Eu estava à espera de fortes resistências a esta proposta de alteração à lei eleitoral, mas essa crítica é um absurdo porque o princípio da proporcionalidade é um princípio constitucional e, se há alguma vantagem para os pequenos partidos no que diz respeito a esta proposta, é precisamente o respeito do princípio da proporcionalidade", respondeu Seguro aos jornalistas, no Porto, quando questionado sobre estas críticas de Costa.

Na opinião do secretário-geral do PS, "se a proposta final vier a ter, como tudo indica, um círculo de âmbito nacional, quer dizer que os pequenos partidos ainda ficam melhor protegidos em relação a esse princípio do que actualmente".

"Mas o essencial aqui é saber da vontade política para se alterar esta lei. Esta lei eleitoral precisa de ser alterada no sentido da redução do número de deputados, mas também garantindo aos eleitores a possibilidade de eles escolherem o seu deputado", enfatizou.

Seguro manifestou a esperança de que "passado este choque inicial, estas resistências baixem e se possa criar um consenso na Assembleia da República, de modo a que possa haver uma alteração desta lei eleitoral" e também uma alteração da lei das incompatibilidades.

Questionado sobre o facto de o PSD ter remetido qualquer comentário sobre esta proposta para depois das eleições primárias do PS, o líder socialista foi peremptório: "chega de desculpas".

"Está em cima da mesa uma proposta séria e concreta para nós podermos alterar a lei eleitoral, para abrirmos o sistema político no nosso país. A pergunta que se faz é muito simples: estão ou não os deputados e todos os partidos políticos para fazer esse trabalho", interrogou-se.

Lusa/SOL