PJ investiga negócio de Menezes com a Mota-Engil

Um dos negócios que envolve o antigo presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, que está a ser investigado pela Polícia Judiciária, estará a lesar a autarquia em vários milhões de euros.

Segundo o Público, que faz manchete esta sexta-feira com o caso, trata-se de um contrato celebrado com a Suma, uma empresa de recolha de resíduos do grupo Mota-Engil, que vigora até 2026 e que prevê o pagamento de 150 milhões de euros. 

O contrato milionário foi celebrado a um ano da saída de Menezes, em 2012, no âmbito da renegociação de um anterior acordo com a Suma que ainda tinha três anos de validade pela frente.

Esta renegociação resultou num agravamento em 40% do preço pago por Gaia pela recolha de cada tonelada de lixo. A factura é paga pela Águas de Gaia, uma empresa municipal.

O valor poderá ser agravado ainda mais, escreve o Público, com a abertura de um novo aterro de lixo em Santa Maria da Feira, para onde vão passar a ser transferidos os resíduos recolhidos em Gaia. Isto porque Menezes não terá acautelado uma cláusula de protecção que salvaguardasse o transporte, sem custos acrescidos, para a nova localização. Actualmente, os resíduos ficam em Sermonde, dentro dos limites do concelho de Gaia.

O Correio da Manhã faz também manchete esta sexta-feira com a suspeita do pagamento de “luvas” a Menezes devido às “disparidades entre o que [o ex-autarca] ganha e o que possui”.

Segundo este diário, a PJ investiga suspeitas de subornos pela adjudicação directa de vários contratos considerados “ruinosos”.

 

Menezes não é formalmente arguido em qualquer investigação e não foi interrogado até à data. Mas, de acordo com os dois jornais, é o principal suspeito da PJ.

A Câmara de Vila Nova de Gaia é uma das autarquias mais endividadas do país.