Em Portugal há dois idosos por cada menor de 10 anos

Em Portugal, 20% da população tem mais de 65 anos, o que faz com que o país seja o 4º da União Europeia com uma percentagem mais elevada de idosos. 

No Dia Mundial do Idoso, a Pordata revela uma série de indicadores que mostram que Portugal está cada vez mais envelhecido e que os nossos idosos são dos mais pobres e com mais dificuldades a nível europeu. No total, já há mais de dois milhões de idosos, enquanto que nos anos 60 eram apenas 700 mil.

No início da década de 70, por cada pessoa com mais de 65 anos existiam duas crianças com menos de 10. Actualmente a relação é inversa, ou seja, por cada criança com menos de 10 anos existem cerca de dois idosos. Comparando com outros países da União Europeia, Portugal fica à frente da Itália, Alemanha e Grécia no que diz respeito à percentagem de população com mais de 65 anos.

As boas notícias têm a ver com a esperança de vida que tem vindo a aumentar nas últimas décadas. Aos 65 anos, apesar de entrarem na categoria de idoso, os portugueses podem esperar viver ainda mais duas décadas. Nas mulheres, essa esperança é, precisamente, de 20 anos, enquanto que nos homens fica pelos 17. Mas apesar disto, apenas cerca de metade dos indivíduos entre os 55 e os 64 anos, ou seja, prestes a tornarem-se idosos, estão empregados.

Idosos pobres e com menos qualidade de vida

Apesar de viverem mais tempo, o tempo não é sinónimo de qualidade. Os indicadores da Pordata mostram ainda que os idosos são uma classe etária com muitas fragilidades sociais. Em 2013, os pensionistas de velhice da Segurança Social reformaram-se, em média, com 63 anos; e na Caixa geral de Aposentações, a idade média de reforma/aposentação foi de 61 anos. Mas a larga maioria dos pensionistas de velhice da Segurança Social, ou seja, 78%, têm pensões inferiores ao salário mínimo nacional.

Muitos idosos vivem, por isso, abaixo do limiar da pobreza. Nas contas da Pordata, são 23,6%, o que significa que Portugal é o sétimo país da UE com uma taxa mais elevada de pobres entre os mais velhos. O nível de escolaridade também é ainda muito baixo, embora tenha registado grandes melhorias nas últimas décadas. Entre os indivíduos com mais de 65 anos, cerca de 1 em cada 3 não completou qualquer nível de escolaridade.

rita.carvalho@sol.pt