Ricciardi: Novo Banco pode ser vendido até meados de 2015

José Maria Ricciardi, presidente do BESI, o banco de investimento do Grupo Espírito Santo que passou para o Novo Banco, está confiante que a instituição financeira criada após o colapso do BES pode ser vendida até ao Verão de 2015.

«Se a venda será muito rápida, não sei. Mas acredito que há condições para até meados do ano que vem se realizar a venda do Novo Banco», afirmou aos jornalistas, à margem do Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura, onde participou num painel sobre investimento a empresas.

Questionado sobre a venda do BESI, que lidera, Ricciardi, indicou que este banco de investimento pode ser vendido em conjunto ou separado do Novo Banco. «Existem as duas alternativas em relação a várias participadas importantes do Novo Banco, como é o caso do BESI», reiterou, sublinhando que tem conseguido chegar a potenciais interessados, apesar da polémica que há dois meses estalou em torno do grupo Espírito Santo e do BES.

«Sempre fui um profissional da banca de investimento. De vez em quando há umas confusões, mas nunca fui accionista. Quanto muito fui filho de accionista», começou por esclarecer. Depois reiterou que «o BESI é o líder indiscutível da banca de investimento em Portugal e tem uma posição de relevo na banca de investimento na Península Ibérica. É uma equipa de excelência e tenho notado o maior interesse e o maior respeito pelo trabalho que o BESI desenvolve e que vai continuar a desenvolver com novos investidores. Em relação ao Novo Banco, digo o mesmo».

Questionado sobre a condução do Banco de Portugal relativamente ao processo de resolução relacionado com o BES, diz que a equipa do governador Carlos Costa «está a fazer o seu papel».

O banco central «tem conhecimento da importância do Novo Banco da Economia e tudo está a fazer da melhor maneira para que o Novo Banco encontre a melhor solução possível em termos de investidores», realça. «Estas coisas também não podem fazer-se em grande correria», lembra, sublinhando considerar que «os maiores perigos estão ultrapassados» e que os clientes até estão a voltar.

Questionado sobre as divergências entre os vários ramos dos Espírito Santo – em particular com o seu primo e ex-presidente do BES, Ricardo Salgado -, bem como sobre as notícias que envolvem a família no caso dos submarinos, Ricciardi não quis pronunciar-se.