5 de Outubro fervilhante

O simbolismo do 5 de Outubro é usado por várias novas forças políticas para marcar terreno. Este  fim-de-semana, o novo Partido Democrático e Republicano, fundado por Marinho Pinto, apresenta-se, enquanto o mais novo partido política já legalizado, o Livre, de Rui Tavares, reúne o seu primeiro congresso.

5 de Outubro fervilhante

Tavares destaca a presença no congresso do Livre de várias forças políticas, com direito a discursar, contribuindo para as decisões políticas da reunião, em Sintra – uma novidade no plano partidário. António Costa, o novo líder do PS, Ana Drago, presidente da Associação Manifesto, e Paulo Fidalgo, primeira figura da Renovação Comunista, vão discursar no domingo.

O congresso terá uma importância especial na convergência entre a Manifesto e o partido de Rui Tavares. «O Livre e o Manifesto concordaram numa convergência eleitoral. O congresso pode dar mais força a esta decisão», diz Tavares ao SOL.

A moção que será votada indica que é importante um reforço do peso da esquerda, para facilitar a negociação com o PS. O objectivo declarado é conseguir nas próximas legislativas formar um Governo de coligação.

Este é também o fim-de-semana de apresentação do novo partido de Marinho Pinto. Coimbra é o local para o momento fundador do PDR, onde, além de Marinho Pinto, avulta o ex-PS Eurico Figueiredo e o ex-social-democrata Fernando Condesso. Na declaração de princípios do PDR, surge o objectivo de moralização da vida pública – ao encontro do discurso do ex-bastonário da Ordem dos Advogados e actual eurodeputado.

Sem uma sustentação programática que o possa qualificar ideologicamente, o novo partido tem  concessões a um discurso de esquerda. «O PDR defende um Estado social avançado, baseado na realização dos direitos sociais, na garantia dos serviços públicos essenciais, na progressividade fiscal e na tributação das grandes fortunas herdadas», lê-se na declaração de princípios.

Rui Tavares não qualifica o novo PDR à esquerda. «As declarações anti-parlamentares de Marinho Pinto e o facto de ter escolhido os liberais no Parlamento Europeu para se integrar como eurodeputado são indícios de outro posicionamento político», justifica.

Um dia antes do 5 de Outubro, também o Congresso Democrático das Alternativas teve um encontro, em Lisboa, sobre o tema «Governar à Esquerda», com Marisa Matias, (BE), Octávio Teixeira (PCP) e o socialista Seixas da Costa.