Subiu para 14 o número de pessoas com suspeitas de ébola em Madrid

O número de pessoas isoladas em observação em dois andares do Hospital Carlos III em Madrid, no âmbito do protocolo de prevenção do ébola, aumentou para 14, segundo informação fornecida hoje à Lusa por fonte hospitalar.

Subiu para 14 o número de pessoas com suspeitas de ébola em Madrid

Segundo a mesma fonte, há um caso confirmado de infecção, o da auxiliar de enfermagem Teresa Romero Ramos, um "caso em investigação" e 12 casos considerados "contactos de risco".

Todos estão isolados em quartos no 5º e no 6º andar do Hospital Carlos III.

O número total aumentou com a entrada no hospital, durante a noite de quinta-feira, de cinco homens e duas mulheres, tendo sido dada alta a um enfermeiro, também nas últimas horas, depois de as suas análises terem sido negativas.

Todos os casos, excepto o da mulher infectada, estão assintomáticos, segundo as mesmas fontes.

O "caso em investigação" é o de uma enfermeira, que teve já uma primeira análise negativa e espera ainda a segunda, que é realizada normalmente 72 horas após a primeira.

Nos casos de "contactos de risco", que se encontram sob "vigilância activa", estão o marido de Teresa Romero, cinco outros homens – três médicos, um enfermeiro e um funcionário sanitário – e seis mulheres – duas médicas, duas enfermeiras e duas cabeleireiras.

Estas últimas, que entraram durante a noite, estão sob observação porque depilaram a paciente infectada, segundo fontes hospitalares.

Para já não há informação adicional sobre o estado de saúde de Teresa Romero Ramos, cuja condição se tinha agravado na manhã de quinta-feira.

Fonte hospitalar confirmou à Lusa essa informação, na quinta-feira, recordando que Teresa Romero Ramos pediu expressamente que nenhum dado preciso sobre o seu estado de saúde fosse comunicado publicamente. 

A informação para já disponível – quando ainda não está concluída a investigação sobre as circunstâncias da infecção – sugere que uma cadeia de erros terá permitido o contágio da auxiliar de enfermagem.

A própria admitiu que terá tocado na cara quando retirava o fato protector que usou quando entrou no quarto do missionário Manuel García Viejo, a segunda vítima mortal espanhola do vírus, que foi transferido de África e morreu em Madrid.

Paralelamente funcionários sanitários continuam a culpar as autoridades pela falta de formação dada às equipas envolvidas na resposta ao ébola, com dúvidas sobre o tipo de fatos protectores usados e outros procedimentos.

Segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde, de quarta-feira passada, a epidemia de ébola já causou a morte de mais de 3.800 pessoas num conjunto de oito mil infectados. 

A Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri são os países mais atingidos pela epidemia, que também já causou mortes na Nigéria, Estados Unidos e Espanha. 

O primeiro caso de contágio fora de África foi detectado, no início do mês, em Espanha e estão seis pessoas internadas em observação num hospital de Madrid.

O ébola, que se transmite por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados, é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade é elevada. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.

Lusa/SOL