Novas perícias à roupa de Dux João Gouveia

O traje académico que João Gouveia vestia na noite em que seis colegas morreram no mar da Praia do Meco vai ser submetido a novas perícias, adiantou ao SOL o advogado das famílias, Vitor Parente Ribeiro.

Novas perícias à roupa de Dux João Gouveia

Esta foi uma das diligências aprovadas pelo juiz de instrução criminal de Setúbal que reabriu o processo, marcando o debate instrutório para dia 20 Novembro e permitindo a realização de mais averiguações.

O novo teste solicitado pelas famílias ao vestuário do dux passa por uma análise à presença de algas unicelulares encontradas em praticamente todas as águas, sendo conhecido tecnicamente como ‘exame forense de cultura diatomácea’. O objectivo, alegam as famílias, é “demonstrar que a roupa entregue pelo arguido nunca esteve em contacto com a água do mar da Praia do Moinho de Baixo no Meco”. Além disso, o juiz de Setúbal Nelson Escórcio concordou em pedir esclarecimentos ao Laboratório da Polícia Científica sobre outro exame pericial, feito em Março de 2014, às roupas entregues por João Gouveia, que segundo o relatório final deste organismo estavam “ainda molhadas” e continham “fluido orgânico” (tipo vómitos).

Assim, a pedido dos familiares dos jovens que morreram, aquele laboratório policial terá agora de esclarecer que fluidos orgânicos são esses e se podem ser vestígios dos três ovos que os jovens levaram para a praia (em representação dos três elementos do grupo que faltavam) e que ficaram guardados dentro do gorro do dux.

Ao mesmo tempo, e uma vez que, sublinham as famílias, o dux só entregou o traje às autoridades três meses depois, é solicitado que o organismo da polícia explique também “se a roupa apresenta vestígios de bolor e se o cloreto de sódio existente na água do mar é diferente do cloreto de sódio do sal comum de cozinha?”.

Com estas diligências o advogado Vítor Parente Ribeiro pretende contestar a ideia do procurador de Almada, Moreira da Silva, que arquivou o processo de que João Gouveia estava em “pré-afogamento quase morto, vestígios de fluidos orgânicos e cloreto de sódio na sua roupa”.

catarina.guerreiro@sol.pt