PSP acusada de agressão à porta da discoteca Luanda

Um jovem queixa-se de ter sido hoje agredido em Lisboa por um elemento da PSP, de ter sido detido ilegalmente e ainda de abuso de autoridade, segundo o relato feito pelo pai.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Comando Metropolitano de Lisboa remeteu para segunda-feira explicações sobre a ocorrência, depois de serem “apurados com detalhe” todos os contornos da situação.

Carlos Cabral, agente principal da polícia aposentado, relatou à Lusa que a situação começou hoje de manhã, quando o seu filho, juntamente com um grupo de amigos na casa dos 20 anos, saía da discoteca Luanda, em Lisboa.

Um desses jovens encontrava-se encostado ao capô de um carro quando foi abordado por elementos da polícia tendo alegadamente, depois, levado dois murros na zona do peito.

Os amigos do rapaz terão questionado a atuação dos agentes e pelo menos um deles terá sido agredido com um murro e um pontapé. Segundo a família, o advogado do rapaz está já a elaborar uma queixa contra o agente que terá agredido o jovem.

De acordo com o pai, o rapaz agredido foi levado à esquadra do Calvário para identificação e revista e, quando ia a abandonar as instalações, reparou que um dos amigos estava a ser agredido dentro da esquadra.

Carlos Cabral referiu à Lusa que a polícia alega que os quatro jovens queriam entrar à força dentro da esquadra e por essa razão serão na segunda-feira ouvidos por um juiz em processo sumário no Campus da Justiça, em Lisboa.

Segundo este pai, o seu filho terá sido alvo de uma detenção ilegal, uma vez que foi à esquadra para revista e identificação, foi mandado embora, sendo depois detido quando se apercebeu que um amigo estava a ser agredido por um polícia.

Carlos Cabral, que foi agente da PSP durante mais de 30 anos, dirigiu-se, entretanto, à esquadra para se inteirar da situação do filho e relata ter sido alvo de um “aparato policial completamente descabido” e um tratamento humilhante e pautado por falta de dignidade.

“Fui mandado para fora da esquadra. Fui tratado de forma humilhante e foi-me vedada a entrada na esquadra. Eu continuo a ser polícia, mesmo aposentado, se houver alguma situação em que a minha intervenção em prol da segurança dos cidadãos for necessário, eu estarei lá”, comentou à Lusa, lamentando a forma como foi tratado na esquadra do Calvário.

Lusa / SOL