Toyota condenada a pagar 10 milhões por acidente com condutor bêbado

Um tribunal de Monterey, na Califórnia, condenou a fabricante de automóveis japonesa Toyota a pagar uma indemnização de 12,5 milhões de dólares (9,87 milhões de euros) a uma mulher que ficou paraplégica num acidente. No entanto, o carro em que ela seguia era conduzido por um amigo, alcoolizado.

O caso remonta a Fevereiro de 2010. Chelsie Hill, de 17 anos, seguia para casa com amigos depois de uma festa quando o carro em que seguiam, um jipe Toyota 4Runner de 1996, se despistou e chocou com uma árvore. O lugar de Chelsie no banco de trás tinha apenas cinto para o colo, pelo que o seu corpo foi dobrado em dois com o embate. As lesões na coluna da jovem, agora com 22 anos, deixaram-na paraplégica.

Apesar do acidente ser provocado pelo condutor, Aaron Corn, que estava alcoolizado, e de Chelsie ter entrado voluntariamente no carro, a jovem decidiu seguir para tribunal contra a Toyota, pelo facto de boa parte das suas lesões terem sido provocadas devido ao cinto de segurança não prender também a parte superior do corpo.

A decisão do tribunal de Monterey foi conhecida no final da semana passada, depois de um julgamento de quatro semanas, e surpreendeu muita gente: apesar de o cinto de segurança usado ser legal na altura do fabrico do carro, a Toyota foi condenada a pagar quase 10 milhões de euros à vítima – 6,7 milhões para despesas médicas passadas e futuras e 3,17 milhões devido ao seu sofrimento em geral e danos morais.

O Júri decidiu dar apenas 5% de culpa ao condutor alcoolizado, outros 5% a Chelsie por ter entrado no carro voluntariamente, e 90% das consequências do acidente foram atribuídas à Toyota. Segundo a revista norte-americana Automotive News, os cintos de segurança de colo eram autorizados nos carros fabricados até 2007 nos Estados Unidos.

emanuel.costa@sol.pt