Passos Coelho com “confiança muito grande” no “futuro próximo”

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, manifestou hoje uma “confiança muito grande” no “futuro próximo”, depois de nos últimos anos o país se ter conseguido colocar “quase a salvo” do “abismo imenso”.

Passos Coelho com “confiança muito grande” no “futuro próximo”

"A minha confiança é muito grande relativamente ao futuro próximo. Quem passou o que nós todos em conjunto passámos nestes últimos anos, o quão realmente próximos estivemos de um abismo imenso, e o esforço que realizámos para conseguir superar essas adversidades, dá-nos hoje uma resiliência muito maior para olhar para o futuro", afirmou.

Passos Coelho, que falava numa sessão solene na câmara municipal de Ponta Delgada, nos Açores, manifestou por diversas vezes esta ideia de confiança no futuro, apesar de este ser "incerto por natureza".

"Mas eu tenho a certeza que os tempos que vamos enfrentar não têm esta severidade nem riscos tão grandes como aqueles por que já passámos", afirmou.

"Acho que temos boas razões para estarmos mais confiantes em relação ao futuro, quando nos lembramos do que deixámos para trás, nas nossas costas, aquilo que foi o caminho que percorremos juntos para nos colocarmos mais a salvo do abismo da insolvência e da quase bancarrota", acrescentou.

O primeiro-ministro ressalvou que é "evidente" que há ainda "muito que fazer" para o país poder "respirar com alívio perante quaisquer flutuações" dos mercados externos ou para "enfrentar qualquer crise", até porque "o mundo tem vindo a conhecer um caminho nada linear nesse aspecto" e há "muitas incertezas e perigos que espreitam quer na Europa, quer no mundo em geral".

"Precisamos ainda de prestar atenção à forma como vamos tornando mais robustas as nossas respostas colectivas quando olhamos para o nível da União Europeia ou quando olhamos a estabilidade financeira em termos globais. Mas só aqueles que não querem ver é que não concluirão que aprendemos com a crise, nós também à nossa maneira, e progredimos muito na forma como nos preparámos para responder a essas incertezas, a esses riscos. E isso deve dar-nos hoje outro conforto para olharmos para o futuro", insistiu.

Nesta sessão solene na câmara do maior município dos Açores, gerido pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, Passos Coelho voltou a ser confrontado, pelo autarca, com a sobrelotação e a degradação da prisão da cidade, depois de o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, lhe ter pedido também uma solução para o mesmo problema.

Passos Coelho disse que o Governo da República "reconhece a situação muito especial" da cadeia e estimou que possa haver uma resposta para o problema a "médio prazo", se o país continuar na "trajectória" de recuperação financeira e económica, que permitirá libertar recursos para sectores e investimentos que não puderam ser feitos nos últimos anos.

"Felizmente, este foi já um ano de retoma económica", afirmou, sublinhando que também o desemprego tem vindo "paulatinamente" a descer por haver "um aumento da oferta de emprego" e já não, "sobretudo", graças à emigração.

Lusa/SOL