Mota Soares diz que não tem que concordar em tudo com OCDE

O ministro do Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, elogiou hoje o relatório apresentado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas sublinhou que “não tem que concordar” com todas as medidas defendidas pela instituição.  

Mota Soares diz que não tem que concordar em tudo com OCDE

"Eu não tenho que concordar com todas as matérias que a OCDE põe em cima da mesa", disse Mota Soares aos jornalistas, à margem das comemorações do 36.º aniversário da UGT.

O governante considerou que o relatório, cujas conclusões foram conhecidas na segunda-feira, "é extremamente positivo para o país", mas afirmou que há matérias que a instituição defende com as quais não concorda, nomeadamente ao nível do congelamento da contratação colectiva.   

"O relatório é muito importante, elogioso para o país e tem um conjunto de dados muito importantes, mas não tenho que concordar com todos", disse Mota Soares, quando questionado sobre a indicação da OCDE de que o Governo deve aumentar o Rendimento Social de Inserção (RSI), numa altura em que o Governo se prepara para cortar este apoio ao introduzir um tecto na acumulação de prestações sociais não contributivas.

Momentos antes, o ministro tinha participado na abertura do seminário internacional que entre hoje e quarta-feira marcará o 36.º aniversário da UGT, onde elogiou o "sentido de Estado" e de "compromisso" da central sindical.

"A UGT tem sabido gerir bem o peso das suas responsabilidades", sublinhou Mota Soares durante a sua intervenção.

Para o ministro, a UGT tem conseguido olhar "sempre para a defesa dos trabalhadores e perceber que Portugal poderá ter um futuro mais sustentável e mais próspero através do diálogo social, do que através de um sindicalismo de pura contestação, de única e exclusiva contestação".

O "Economic Survey" da OCDE, publicado de dois em dois anos, foi apresentado na segunda-feira no Ministério das Finanças pelo secretário-geral da Organização, Angel Gurría, numa cerimónia que contou também com a presença da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

Lusa/SOL