Técnicos de diagnóstico em greve na sexta-feira

Os técnicos de diagnóstico e terapêutica cumprem na sexta-feira o primeiro de dois dias de greve nacional, uma paralisação que deverá afectar exames médicos, análises e até cirurgias programadas, segundo o sindicato do sector.

Técnicos de diagnóstico em greve na sexta-feira

O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde exige a revisão da carreira, contesta a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclama da sobrecarga de trabalho devido à falta de substituição de funcionários que se foram aposentando.

O presidente do Sindicato, Almerindo Rego, disse à agência Lusa que o pré-aviso da greve marcada para sexta-feira e para segunda-feira, dia 3 de Novembro, abrange cerca de 10 mil profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), do ensino superior e especial do Ministério da Educação, serviços de saúde do Ministério da Defesa e serviços forenses e de investigação do Ministério da Justiça.

Almerindo Rego reconhece que é no SNS que o impacto da greve será maior, afectando serviços como radiografias, análises e outros exames de diagnóstico, podendo levar até ao cancelamento de cirurgias programadas.

Contudo, o sindicalista salienta que "nunca será posta em causa a vida dos doentes", aludindo ao cumprimento de serviços mínimos.

Sobre os motivos da greve, o Sindicato frisa que a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo com o actual Ministério da Saúde, Almerindo Rego disse que as negociações "foram bloqueadas" em Junho, porque o Governo só pretenderia resolver a questão se isso não implicasse gastar mais dinheiro.

"Somos os únicos licenciados na área da saúde que não recebemos como tal", lamentou o presidente do Sindicato, vincando ainda a "sobrecarga de trabalho" a que estão sujeitos os atuais profissionais.

"Lamentamos ter de recorrer à greve, mas face à violência institucional que se abateu sobre os profissionais que representamos só temos que atribuir as responsabilidades das consequências desta luta a um Governo que não nos respeita", refere o Sindicato.

Lusa/SOL