Castelo de São Jorge pode chegar aos 1,2 milhões de visitantes

O Castelo de São Jorge, em Lisboa, deverá receber este ano 1,2 milhões de visitantes, de acordo com as estimativas da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), em resultado do aumento do turismo na capital.

Este número foi avançado pelo presidente da EGEAC, Miguel Honrado, que participou hoje na conferência internacional "Património Cultural e Turismo: Conceitos, realidades e perspectivas", que se iniciou hoje e vai decorrer até sábado, na Universidade Lusófona, em Lisboa. 

Em declarações aos jornalistas, o responsável indicou que os visitantes do Castelo de São Jorge têm atingido anualmente um milhão, já desde 2012, e este ano as estimativas apontam para 1,2 milhões, 85 por cento de estrangeiros, que visitam a capital.

A intervenção de Miguel Honrado na conferência foi sobre "As Festas de Lisboa – A reinvenção do lugar", um evento que a EGEAC estima ter sido visto por 1,8 milhões de pessoas (entre espectadores directos, no espaço público, e indirectos, através da transmissão televisiva das marchas populares).

"Quis falar [na conferência] sobre as Festas de Lisboa como um exemplo do que tem sido a actividade e estratégia da EGEAC na intervenção em espaço público, e na promoção da sua fruição", disse o presidente da entidade, acrescentando que está a ser feito um esforço de internacionalização do evento.

Miguel Honrado indicou, nesta área, que as marchas foram apresentadas nos últimos dois anos em Macau, por altura das celebrações do Ano Lunar chinês, e voltarão em 2015 ao território.

"Macau é uma plataforma interessante para atrair o turismo daquela região para Lisboa", sustentou o presidente da EGEAC.

Na conferência sobre turismo cultural, esteve também presente a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, que apontou igualmente a subida de visitantes do Castelo de São Jorge, na tutela da autarquia, observando que "já é o monumento mais visitado do país".

Em 2013, o Mosteiro dos Jerónimos, um dos monumentos mais visitados do país, na tutela da Direcção-Geral do Património, teve 722.758 entradas, seguido da Torre de Belém, também em Lisboa, com 537.855 entradas, e do Mosteiro da Batalha, com 291.455 visitantes.

No mesmo ano, 787 mil pessoas visitaram o Parque e Palácio Nacional da Pena, em Sintra, segundo dados da Parques de Sintra — Monte da Lua (PSML), empresa que gere o monumento.

Catarina Vaz Pinto apontou o "aumento exponencial do turismo em Lisboa, sobretudo do turismo cultural", e sublinhou a importância do sector como factor de desenvolvimento e criação de riqueza para o país.

Neste âmbito, indicou que a autarquia tem vindo a apostar na requalificação de espaços públicos, nomeadamente na Ribeira da Naus e no Terreiro do Paço, na zona ribeirinha de Lisboa, e nos bairros históricos.

Apontou, no entanto, a necessidade de "estar atento à realidade e aos riscos, porque os grandes fluxos de turistas, por vezes, entram em conflito com as populações locais".

Deu como exemplo o emblemático eléctrico de Lisboa n.º 28, que percorre zonas históricas, e que é ao mesmo tempo o transporte público diário de centenas de habitantes.

"Ainda há pouco tempo houve protestos de pessoas que usam o eléctrico, porque logo às oito da manhã apareceram grupos de turistas que encheram o veículo e os habitantes locais não conseguiram entrar", relatou.

Catarina Vaz Pinto sublinhou que "não se podem delinear as políticas públicas só a pensar no turismo, e é importante debater estas questões para tomar as decisões mais qualificadas".

A conferência decorre até às 19h00, com intervenções de vários responsáveis das áreas da cultura, do ensino e do turismo.

Lusa/SOL