Passos: ‘Se voltasse a oposição, regressaríamos a alta velocidade a 2011’

Está lançada a pré-campanha do PSD para as eleições Legislativas do próximo ano. Passos Coelho inaugurou ontem à noite um Lisboa as jornadas para explicar o Orçamento do Estado para 2015 (OE2015) e se dúvidas existam sobre a tentativa social-democrata de aproveitar o momento para abrir a corrida à reeleição, a vitrine apresentada deixou tudo…

Passos: ‘Se voltasse a oposição, regressaríamos a alta velocidade a 2011’

O primeiro-ministro apresentou-se aos militantes do partido com um sentimento de "dever cumprido". Frisou o fim do programa de ajustamento, ao mesmo tempo em que destacou a projecção do défice abaixo dos 3% no próximo ano, "o primeiro desde a adesão ao Euro". Mas o "trabalho não está concretizado e ainda bem, porque se voltasse a oposição, regressaríamos a alta velocidade a 2011", numa referência ao investimento nas linhas de alta velocidade feito nos governos de José Sócrates. 

Passos falou por isso em "escolhas" nas próximas eleições. Considerando que "nem todos os riscos estão ultrapassados", porque "há riscos que persistem na Europa", o primeiro-ministro desafiou os portugueses a "concentrarem-se nas escolhas" que vão fazer nas próximas eleições. 

"Este não é o tempo daqueles que acham que têm hoje melhores oportunidades do que podiam ter tido há um ano, há dois anos ou há três. É o tempo daqueles que têm verdadeira endurance e daqueles que sabem o que querem. É o momento onde se joga ainda uma parte importante do nosso futuro",disse Passos, numa referência a António Costa, candidato socialista a primeiro-ministro. "Sabemos que os portugueses não querem deitar fora os sacrifícios que fizeram", frisou. 

As críticas à oposição não ficaram por aqui. Passos acusou a esquerda parlamentar de "adaptar a realidade há ideia que quer ter dela" e lamentou que "depois de tantas profecias negativas não tenha havido um reconhecimento dos resultados". E acrescentou: "O Governo queria que tivesse havido colaboração da oposição. O esforço seria verdadeiramente nacional. Tudo o que alcançamos foi apesar da atitude da nossa oposição". 

Sobre o OE2015, Passos retirou que é "uma proposta a pensar no futuro". O primeiro-ministro garantiu que se acabaram as "incertezas orçamentais" associadas aos acórdãos do Tribunal Constitucional (TC) e lembrou que pediu a Cavaco Silva que enviasse para o TC "todas as medidas de rendimento". Resultado: "Pela primeira vez, os portugueses vão enfrentar um ano sem dúvida sobre o que vai acontecer com os seus rendimentos", disse, para lembrar que o Governo teve de reagir a "restrições difíceis" dos juízes do Palácio Ratton nos últimos três anos.  

Rejeitando "demagogias" ou "estratégia de comunicação", apesar do PSD já estar a trabalhar com um marketeer brasileiro, André Gustavo, na preparação da campanha, segundo o Expresso, Passos salientou que o caminho "ainda é estreito" e que o momento impõe uma "política de transparência", o mesmo é dizer que é preciso dar garantias de que "os sacrifícios que os portugueses fizeram nos últimos anos não será jogado fora à primeira oportunidade que nos oferece para poder pensar num resultado eleitoral". 

Até ao próximo dia 11 os governantes do PSD vão andar na estrada a explicar o OE2015, no âmbito das IV jornadas Consolidação, Crescimento e Coesão. Passos Coelho fecha a iniciativa no Porto.

ricardo.rego@sol.pt