As imagens espectaculares de um passeio no arame a mais de 180 m de altura

Começou a 180 metros de altura e subindo num ângulo de 19 graus acabou a 204, percorrendo 138 metros em cima de um cabo com menos de 2 cm de espessura e sob ventos na ordem dos 30 km/h. Poucos minutos depois avançou vendado,  durante 28 metros e sobre um arame ainda mais fino, a…

As imagens espectaculares de um passeio no arame a mais de 180 m de altura

“Senti-me incrivelmente” disse no final Nik Wallenda, o autor da façanha, que fez a travessia sem usar qualquer arnês de segurança.

Já muitos terão visto as imagens em vídeo que correram mundo, mas as fotografias do feito de domingo, não são menos impressionantes. 

Os Wallenda são artistas de circo desde o séc. XVIII e Nik pertence à sétima geração de acrobatas que foram para os EUA no início do séc. XX e ficaram famosos como os Wallenda Voadores (The Flying Wallenda, no original).

Nik nunca caiu, nem a treinar. E nos seus números colabora toda a família: a mãe desenha os sapatos, o tio trata de toda a estrutura que suporta os cabos, o pai é o responsável pela segurança e dá-lhe indicações durante as actuações.

O bisavô, que levou a família para a América, também era um equilibrista de grandes alturas e morreu em plena actuação, aos 73 anos, quando caiu do arame onde caminhava. Segundo Nik, não foram a idade, as capacidades ou o vento que o empurraram para o abismo, mas um problema com os cabos.

33 anos depois da morte do bisavô, Nik e a mãe completaram a travessia que este não conseguiu acabar, entre dois prédios de 10 andares. Um começou de um lado e outro de outro. A meio a mãe sentou-se sobre o vazio e o filho passou por cima dela para cada um acabar do lado oposto onde tinha começado.

Outra das suas famosas actuações aconteceu no ano passado, com uma ‘caminhada’ de pouco mais de 20 minutos sobre o Grand Canyon, no Arizona, EUA. Tudo isto sem cabos, na tradição da família. 

A excepção foi a travessia das cataratas do Niagara, em 2012, em que a estação que transmitiu o evento, a ABC, obrigou a um cinto de segurança que Nik disse que só o punha “nervoso”.

Desta vez, o Discovery Channel decidiu que a emissão seria transmitida com um atraso de 10 segundos, para dar tempo para parar a imagem em caso de tragédia.

No domingo acrescentou dois recordes do mundo à sua já longa lista. 

teresa.oliveira@sol.pt