Caso do pai indiano que torturou violador está a causar polémica

O pai indiano que convidou o violador da filha para jantar – e que acabou por o torturar e matar – só soube do crime do homem, que era seu inquilino, quando a filha descobriu que estava grávida. Pressionada pelo pai, contou o que se tinha passado. E foi aí que começou o plano de vingança,…

Sabe-se agora que a violação tinha sido cometida há dois meses. A adolescente contou à BBC que estava “sozinha em casa” quando o inquilino a puxou para o seu quarto. “Amarrou as minhas mãos e violou-me”, recorda.

O inquilino terá também ameaçado a jovem, dizendo-lhe que se contasse a alguém, ele mataria o seu pai. A jovem obedeceu e nada disse sobre a violação.

No entanto, há cerca de dez dias a jovem começou a ter enjoos contantes e o pai levou-a ao médico, que informou que a filha estava grávida

"Primeiro, ele ficou muito zangado comigo. Quando eu lhe disse que tinha sido o inquilino, ele disse que iria ensinar-lhe uma lição", conta a jovem.

De acordo com relatos feitos à polícia pelo próprio, o pai de seis filhos disse à mulher que, naquela noite de sexta-feira, queria conversar a sós com o seu inquilino e que por isso seria melhor que ela dormisse com os filhos no piso de baixo.

E foi então que começou a tortura, o alegado violador foi amarrado e amordaçado e o pai da jovem de 14 anos queimou-o com uma espátula de aço aquecida no fogão, o que levou à sua morte.

Após a vingança e já de madrugada, o pai dirigiu-se à esquadra e confessou o crime. "Parecia muito nervoso. Disse que tinha cometido um erro, que tinha matado alguém", contou o sub-inspector Arun Kumar, o primeiro a recolher o depoimento.

O caso foi notícia em todo o mundo e se há quem fique horrorizado com o plano de vingança, há também quem não hesite em louvar a atitude do pai, dizendo que faria a mesma coisa.

Note-se que a Índia tem uma das mais elevadas taxas de violação do mundo. E desde 2012, quando uma jovem foi violada e morta por um grupo de homens num autocarro em Nova Déli, que a atenção se voltou para a situação.

A repercussão mundial do caso levou o país a adoptar penas mais duras contra o crime, como a pena de morte. Mas, para descontentamento de muitos, já passaram dois anos e os agressores da estudante Deli ainda não foram punidos.