Auditorias forenses serão uma ‘rotina’ na banca nacional

O supervisor bancário português vai reforçar as auditorias e acções de supervisão aos bancos nacionais.

Auditorias forenses serão uma ‘rotina’ na banca nacional

O SOL apurou que o objectivo do Banco de Portugal é tornar as auditorias um procedimento de “rotina” da supervisão à banca portuguesa.

No entanto, essas auditorias poderão assumir diferentes níveis de inspecção e gravidade: mais genéricas ou as mais específicas para confirmar ou descartar eventuais situações de irregularidades previamente identificadas.

Recorde-se que na sequência da situação do Banco Espírito Santo, o governador do Banco de Portugal afirmou que estavam a ser realizadas mais auditorias a instituições bancárias (BCP, Banif e Montepio, além do BES). Em traços genéricos, essas inspecções têm o objectivo de avaliar o cumprimento dos procedimentos de gestão e de controlo interno dos bancos.

Neste momento, um dos riscos para a estabilidade financeira prende-se com a conduta das instituições financeiras que “não pode colocar em causa a confiança no sistema”, refere o Relatório de Estabilidade Financeira divulgado hoje.

Nesse sentido, assume particular atenção neste momento a criação de um quadro de incentivos e de definição de matrizes organizacionais e de actuação que alinhem os interesses individuais e colectivos. “A preservação da confiança é um pilar essencial da estabilidade financeira”, lê-se no documento.

O banco central português acredita que a adopção da medida de resolução ao BES permitiu “preservar a estabilidade do sistema financeiro, proteger os depositantes, assegurar a continuidade da prestação de serviços financeiros essenciais, minimizar os custos para o erário público e responsabilizar os accionistas da instituição. Os efeitos nos mercados financeiros foram “limitados e temporários”.

Porém, o Banco de Portugal é categórico: “Será necessário continuar a acompanhar de perto a actual situação garantindo a manutenção da confiança dos agentes económicos e a estabilidade do sistema financeiro nacional”.

sandra.a.simoes@sol.pt