Portugal vende menos vinho, mas mais caro

Depois de quatro anos consecutivos a aumentar as vendas para o exterior, as exportações do sector vinícola português desaceleraram nos primeiros seis meses do ano. De Janeiro a Junho foram exportados 1,3 milhões de hectolitros de vinho, o que corresponde a uma queda de 13,2%, segundo os dados do Instituto da Vinha e do Vinho…

Uma tendência que também ajuda a perceber a queda residual em termos de receitas (-0,1%), face ao decréscimo das vendas em volume. No primeiro semestre, o preço médio de venda do ‘néctar’ luso atingiu os 2,39 euros por litro, mais 15,2% face ao mesmo período do ano anterior. “Os vinhos exportados a granel são, na sua generalidade, vinhos sem denominação de origem ou indicação geográfica e de baixo valor acrescentado, pelo que o foco maior está na exportação de vinhos com valor acrescentado”, sustenta o responsável.

As maiores quedas

Foi em Espanha, França e na China que se registaram as maiores descidas. A variação negativa em volume prende-se essencialmente com a exportação de vinho de mesa para Espanha e França, em que se registaram quebras de 91% e 71% respectivamente. 

O presidente do IVV acrescenta ainda que “Portugal sofreu uma ligeira queda de produção na colheita de 2013, tendo havido uma produção recorde em Espanha, o que levou a uma quebra nas exportações de vinho a granel de Portugal”, contribuindo para o decréscimo das vendas nestes mercados.

No que toca à queda das exportações para a China e à ‘muralha’ fiscal que existe para este destino, devido às dificuldades alfandegárias e fiscais, Frederico Falcão adianta que “neste momento o processo anti-dumping levantado pelas autoridades chinesas encontra-se ultrapassado”. E explica que “há ainda algumas dificuldades alfandegárias que poderão ser ultrapassadas pelas excelentes relações diplomáticas e comerciais entre Portugal e a China”. 

 Sublinha ainda que o mercado chinês é de importância crescente para as exportações portuguesas, sendo o 6.º principal destino na lista de países fora da União Europeia.

Além disso, “a China é um mercado de importação de vinho em forte expansão (6º importador mundial), o que o torna muito atractivo”. Por todos estes motivos, o presidente do IVV está confiante que a tendência de quebra poderá ser compensada no segundo semestre deste ano.

As maiores subidas

Macau, Suíça, EUA e Dinamarca foram os mercados que mais aumentaram as compras de vinho português. No primeiro semestre deste ano foram vendidos mais de nove mil hectolitros para Macau, uma subida de 27,6%. Na Suíça as importações subiram 19,1% e 37,1% na Dinamarca . 

Os norte-americanos também estão a demonstrar cada vez maior interesse pelo vinho português, tendo aumentado as compras em 14,4%.

sara.ribeiro@sol.pt