Jerónimo diz que últimos governos são responsáveis pelo “alastramento da rede de corrupção”

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, culpou hoje os últimos governos da esquerda e da direita de responsáveis pelo “alastramento da rede de corrupção” no país.

Jerónimo diz que últimos governos são responsáveis pelo “alastramento da rede de corrupção”

Num comício realizado no Lugar da Estrada, concelho de Peniche, o líder comunista defendeu que há uma "degradação da situação política e institucional, e particularmente da ação governativa e de um Governo sem autoridade e credibilidade" provocadas pelo "visível alastramento das redes de corrupção, da proliferação das teias, de negociatas, de compadrios, de fraudes e evasões fiscais que são de ontem e que são de hoje".

Jerónimo de Sousa apontou como exemplos actuais os casos dos 'vistos gold'  e a "detenção de altas figuras do Estado".

"Os vistos dourados são a imagem de marca deste Governo PSD/CDS-PP e revelam-se uma porta aberta ao branqueamento de capitais, através da aquisição de património de luxo e uma fonte de corrupção", disse.

O secretário-geral do PCP recuou mais no tempo e considerou que tem havido uma "política ao serviço da recuperação capitalista e de reconstrução de grandes grupos económicos monopolistas e do seu domínio protagonizada por sucessivos governos", tanto do PS como do PSD/CDS-PP. 

Jerónimo de Sousa deu como exemplos os casos do BPN, BPP, BCP e BES.

Para o líder comunista, esses partidos "não governam para o povo, mas para defender interesses dos poderosos por opção e por conveniência própria", acrescentando que a eventual privatização da TAP "é mais um crime contra os interesses nacionais".

Segundo Jerónimo de Sousa, o caso dos 'vistos gold' "mostra bem que este governo não tem condições para continuar à frente dos destinos do país e a credibilidade das instituições não se repõe com a saída de um ministro, mas com a demissão de todo o Governo".

O comunista voltou a pedir eleições antecipadas, apelo que não tem sido ouvido pelo Presidente da República que, segundo o dirigente, "é cúmplice e tem deixado degradar a situação nacional".

"São precisas respostas claras e não jogos de sombra", afirmou o líder comunista, que logo deixou várias questões à audiência: "Como foi possível o envolvimento ao nível do topo das figuras do Estado? Quem deu instruções para agilizar os procedimentos para fazer andar os vistos? Quem conduziu o SIS [Serviço de Informações de Segurança], que, sublinho, depende directamente do primeiro-ministro, para fazer a limpeza de provas no computador do chefe?".

Jerónimo de Sousa falava num comício para mais de 250 pessoas, entre militantes e simpatizantes.

Lusa/SOL