A ignorância neo-jornalística e o Araújo desconhecido

Reparei que o conhecido advogado João Lisboeta Araújo, embora homem de trabalho individual na advocacia (como os grandes velhos advogados, anteriores às ‘fábricas’ dos enormes escritórios), foi contratado por José Sócrates, no processo que lhe movem, e é tratado pela miudagem jornalística que agora por aí prolifera como um desconhecido.

Provavelmente Sócrates contratou-o por ser considerado uma sumidade em Direito Bancário e Financeiro, e a prova documental contra ele aparentemente se basear nessa área. Talvez os outros ex ou não ex amigos de Sócrates dos grandes escritórios, como Proença de Carvalho e José Miguel Júdice, mais conhecidos da prol jornalística, não se sintam tão à vontade com o caso, e o tivessem recomendado. E o João Lisboeta Araújo, tanto quanto o conheço, encara com simples profissionalismo a defesa de qualquer cliente.

Mas desconhecido? Não esteve ele já em processos famosos? Não conquistou justa fama na sua sabedoria sobre Direito Bancário? Não foi já professor de Direito (eu fiz com ele a cadeira de Internacional Público)?

E ainda por cima os neo-jornalistas que com ele se cruzam à porta dos tribunais levavam inicialmente a sério o seu sentido de humor cáustico e inteligente. Esperemos que não haja aqui racismos, pois ele é de ascendência tão goesa como António Costa. Mas desconhecido?