Católicos de Canelas, Gaia, distrito do Porto, discordaram da substituição do padre Roberto de Sousa, pelo que decidiram não assistir à Eucaristia presidida pelo seu substituto, padre Albino Reis, mas concentrar-se à porta da igreja assobiando e gritando "Padre é só um, Roberto e mais nenhum", obrigando a intervenção policial.
O Conselho Presbiteral da Diocese pede aos católicos de Canelas que aceitem o novo pároco, manifestando assim a sua "plena comunhão com a Igreja".
Além disso, solicita às diversas instituições locais e "pessoas de boa vontade" a melhor colaboração na manutenção da ordem pública e na construção da paz social.
Na sua opinião, o novo sacerdote tem "abnegadamente" abraçado o desafio de presidir à Paróquia de Canelas com "dignidade, abertura ao diálogo e à paz", apesar de ser uma missão "tão difícil".
O Conselho Presbiteral declara "solidariedade" ao bispo, António Francisco dos Santos, e congratula-se com as substituições feitas e a forma como "dezenas de paróquias" se despediram de padres que cessaram funções e acolheram os novos "com abertura".
Além disso, felicita os presbíteros que, "em espírito de comunhão", aceitaram os novos desafios pastorais que o bispo do Porto lhes confiou.
O responsável pelo movimento de apoio ao padre Roberto de Sousa "Uma Comunidade Reage!", Miguel Rangel, afirmou à Lusa que, como forma de protesto, os catequistas, leitores, acólitos e ministros de comunhão de Canelas demitiram-se das suas funções.
Católicos de Canelas estão a recolher testemunhos para um livro a oferecer ao padre destituído, num jantar agendado para 06 de dezembro, de homenagem aos oito anos de "dedicação" à paróquia.
Ao longo de meses, o movimento organizou um cordão humano, uma vigília, uma marcha silenciosa e recolheu 5.800 assinaturas para um abaixo-assinado que, posteriormente, entregou ao bispo do Porto para, assim, evitar a destituição do padre Roberto de Sousa.
O bispo do Porto, em anterior comunicado enviado à Lusa, divulgou que pediu ao padre Roberto de Sousa para assumir "uma nova missão" na Vigariaria de Lousada ou do Marco de Canaveses.
O sacerdote salientou que ao deixar Canelas não queria assumir trabalho paroquial, preferindo ser capelão militar ou hospitalar, frisou António Francisco dos Santos.
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