A pequena comunidade de Ferguson, com cerca de 21 mil habitantes maioritariamente negros, esperou três meses por justiça – mas o que ouviu do procurador Robert McCulloch derrubou a esperança e acicatou a revolta. Ao anúncio de que o polícia branco que em Agosto matou a tiro um adolescente negro não iria ser julgado, os habitantes do subúrbio de Saint Louis foram para a rua, incendiaram carros, saquearam lojas. As manifestações multiplicaram-se pelo resto dos Estados Unidos, mas foram sobretudo pacíficas. Desde segunda-feira, mais de 170 cidades norte-americanas juntaram-se ao protesto.
O agente, destacado em Ferguson há seis anos, deu uma entrevista à ABC News em que se diz “de consciência tranquila”, reafirmando que não faria nada de diferente porque a sua vida estava a ser ameaçada. Wilson – que vai abandonar a Polícia e disse desejar “uma vida normal” – negou que Brown se tivesse rendido e estivesse de braços no ar quando foi alvejado. A mãe do adolescente reagiu noutra entrevista: “Não acredito numa palavra”. Como ela, milhares de pessoas pela América fora.