Suspeito de agredir adeptos do Sporting fica em prisão domiciliária

A medida de coacção do jovem suspeito das agressões com arma branca a dois adeptos do Sporting em Guimarães, a 1 de Novembro, foi atenuada, passando de prisão preventiva para prisão domiciliária, informou hoje fonte judicial.

O arguido, de 20 anos, esteve em prisão preventiva desde 5 de Novembro, mas na terça-feira deixou a cadeia e foi viver para casa da avó.

Vai aguardar julgamento em prisão domiciliária, com pulseira electrónica.

Está proibido de contactar, por qualquer meio, com os ofendidos e com os demais arguidos.

Os factos remontam à noite de 1 de Novembro, no final do jogo de futebol entre o Vitória de Guimarães e o Sporting, para a nona jornada da I Liga, que a equipa minhota venceu por três bolas a zero.

Segundo a PSP, o arguido, que "não pertence a qualquer grupo organizado de adeptos", ter-se-á envolvido em confrontos com dois apoiantes do Sporting, atingindo-os com uma faca.

Um dos agredidos, de 37 anos, sofreu um traumatismo torácico, tendo o outro ficado apenas ferimentos ligeiros.

Ambos necessitaram de tratamento hospitalar.

Após o primeiro interrogatório judicial e a aplicação da prisão preventiva, o arguido passou a ser representado por um novo advogado, Pedro Miguel Carvalho, que apresentou um requerimento para alteração da medida de coação.

Contactado pela Lusa, Pedro Miguel Carvalho escusou-se a prestar qualquer declaração sobre o processo e crimes em investigação, tendo apenas aceitado comentar e confirmar a alteração da medida de coação.

"A alteração justificava-se face à atenuação das exigências cautelares e face à existência de condições para ser aplicada medida de coação de obrigação permanência na habitação, vulgarmente conhecida como prisão domiciliária", referiu.  

Pedro Miguel Carvalho saudou ainda a "postura" do juiz de instrução criminal, que aplicou, num primeiro momento, a prisão preventiva, e que num segundo momento, sensivelmente um mês após, verificadas as condições necessárias e encontrando-se atenuadas as exigências cautelares, alterou a sua anterior decisão, num ato de sensatez e num gesto de justiça e coragem face aos contornos públicos que este processo teve e tem".

O arguido não tem antecedentes criminais, embora existam alguns processos em que está a ser investigado por crimes contra o património, mas ainda não foi julgado.

Lusa/SOL